"Que a transparência diminua o ruído", pede Luís Godinho

A divulgação dos áudios das comunicações do videoárbitro com o árbitro de campo é encarada por Luís Godinho como uma prova da vontade do Conselho de Arbitragem de aumentar a transparência do processo de decisão dos lances de um jogo de futebol. 

Esta quinta-feira, em declarações à margem do último de cinco dias de estágio dos árbitros de primeira categoria, na Cidade do Futebol, o árbitro revelou que tem a esperança de que "a transparência que tentamos dar ao processo e à arbitragem sirva para baixar o ruído".

Luís Godinho considera que certos comportamentos dos elementos que estão presentes nos bancos de suplentes prejudicam a atuação das equipas de arbitragem, e, consequentemente, o normal desenrolar das partidas:

“Os bancos dos técnicos e os bancos suplementares têm demasiado foco naquilo que é o jogo de futebol. Esse comportamento, muitas vezes, não é correto, é abusivo, e tira o foco da equipa de arbitragem do que é essencial, que é a decisão em campo. Eu não posso perder, num jogo de 90 minutos, 15 ou 20 minutos do tempo de jogo focado no comportamento dos elementos dos bancos”, expressou o árbitro.

Para o árbitro da Associação de Futebol de Évora, a redução do número de elementos permitidos no banco de suplentes poderá ser uma das soluções para evitar situações de aglomeramento de jogadores e membros da equipa técnica e direção dos clubes à volta dos árbitros:

“Na minha opinião, no banco de técnicos e suplementar, só devia estar quem faz falta à equipa, naquele momento do futebol. Há certos elementos de certas funções que não acrescentam valor à equipa naquele momento, e dou exemplos, com todo o respeito: um roupeiro, um ‘coaching’ que está no banco, que função têm ali? Não só pelo tipo de função, mas pela quantidade de pessoas que se aglomera à volta da equipa de arbitragem, é prejudicial ao jogo”, vincou Luís Godinho.