Portugal defronta a Turquia, à procura de lugar no jogo que vale a presença no Mundial 2022. Defesa desfalcada é dor de cabeça para Fernando Santos.
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Portugal meteu-se em trabalhos ao falhar o apuramento direto para o Mundial, na sequência da comprometedora derrota sofrida diante da Sérvia no fecho da fase de grupos, e agora tem pela frente um desafio de elevadíssimo grau de dificuldade, em busca da presença, pela sexta edição consecutiva, na maior prova de seleções do planeta. Para ir ao Catar, em novembro, a equipa de Fernando Santos é obrigada a ganhar hoje à Turquia, esperando depois pelo vencedor do Itália-Macedónia do Norte, que definirá a outra vaga na final deste play-off, agendada para a próxima terça-feira.
O sorteio não se revelou meigo, mas deu o fator-casa à seleção lusa e o Dragão foi o palco escolhido para o que o se espera ser um duplo compromisso de alta voltagem. Se a tradição servir para alguma coisa, vale a pena recordar que, no anfiteatro azul, Portugal só perdeu um dos 11 jogos realizados, contra a Grécia, na abertura do Euro 2004, somando a seguir vitórias sobre a Letónia, Dinamarca, Islândia, Noruega, Croácia, Suíça e Holanda (os dois últimos valeram o título da Liga das Nações, em 2019), e empates com a Finlândia, Suécia e Irlanda do Norte.
As contingências da convocatória trouxeram dores de cabeça ao selecionador português, que terá de defrontar os turcos com uma defesa de recurso. Sem o lateral Cancelo, castigado, Santos não pode contar com os dois centrais habitualmente titulares (Rúben Dias lesionou-se há um par de semanas, ao serviço do City, e Pepe acusou positivo num teste à covid, na passada segunda-feira), pelo que terá de improvisar no eixo defensivo, prevendo-se que seja Danilo a fazer dupla com José Fonte. No meio-campo, também há desfalques (Renato Sanches e Rúben Neves estão igualmente lesionados), mas neste setor, e também no ataque, há opções de sobra para colmatar as baixas.
Para atacar a baliza adversária, Fernando Santos tem muito por onde escolher, embora não se espere que faça alterações de monta em relação ao habitual, com Bruno Fernandes, Bernando Silva, Cristiano Ronaldo e Diogo Jota apontados à titularidade. De CR7, espera que atinja o nível habitual na seleção, superior ao que tem apresentado na maior parte dos jogos no Manchester United. Aos 37 anos, o capitão tem a última oportunidade de jogar um Mundial, a menos que esteja a pensar em ir como quarentão ao de 2026.