O Sporting rejeitou esta quarta-feira, em comunicado, as acusações de condicionamento e violência moral feitas pelo F.C. Porto, considerando-as "despropositadas e infundadas", bem como "a ameaça de participação disciplinar" contra a SAD "leonina".
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Assegurando estar tranquilo em relação à referida ameaça, o Sporting afirma ter-se limitado a dar instruções aos seus serviços jurídicos para "procederem litigiosamente, em sede própria, contra todos os responsáveis pelas arbitragens que conduziram no ano passado a que o Sporting ficasse fora das competições europeias e que este ano são responsáveis pela retirada de, pelo menos, sete pontos no campeonato".
"Solicitámos que fossem intentadas, nos termos da Lei, todas as ações admissíveis exigindo as compensações devidas a todos os organismos com responsabilidades nas situações verificadas, seja por intervenção direta em matéria de arbitragem, seja por omissões de tutela", pode ler-se no comunicado.
O Sporting entende que o recurso à lei e a meios judiciais para defesa dos direitos e interesses de um clube ou sociedade desportiva corresponde "a um exercício legítimo de um direito" e lembra que "não é a primeira vez que sucede na ordem jurídica portuguesa".
Em resposta ao comunicado veiculado na terça-feira pelo F.C. Porto, o Sporting recordou que a SAD portista, em abril de 2011, intentou uma ação judicial contra a Liga e, individualmente, contra Ricardo Costa, Jacinto Meca, Jorge Santos, Armando Russo Valente e José Manuel Araújo, à data membros da Comissão Disciplinar daquele organismo.
No âmbito dessa ação - lê-se no comunicado dos leões - o F.C. Porto solicitou "o pagamento de uma indemnização de 7,9 milhões de euros, pelo facto de terem sido proferidas decisões disciplinares desfavoráveis à F.C. Porto SAD e a seus jogadores".
Segundo o Sporting, estavam em causa dois processos disciplinares de corrupção, em que a F.C. Porto SAD foi condenada, em maio de 2008, "por tentativa de corrupção de árbitros com a perda de seis pontos, e o seu presidente Jorge Nuno Pinto da Costa com dois anos de suspensão das funções desportivas, bem como um processo disciplinar em que foram condenados, em fevereiro de 2010, por agressões físicas a assistentes de recinto desportivo os jogadores Hulk e Sapunaru".
Argumentam os "leões" que este último processo judicial "não foi, em momento algum, e por qualquer forma, sindicado quer pela Liga, quer pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), quer pela UEFA ou pela FIFA", e que nenhuma destas entidades considerou o mesmo "ilegítimo, nem, direta ou indiretamente, como uma forma de condicionamento, violência moral ou coação".
"Por esta razão e atento o princípio de igualdade de tratamento aplicável a todos os clubes e sociedades desportivas pelas referidas entidades, Liga, FPF, UEFA e FIFA, a Sporting SAD não tem receio de qualquer iniciativa passada ou futura que venha a tomar neste âmbito", referem os "leões" no mesmo comunicado, qualificando como "despropositadas e infundadas" as acusações do FC Porto, "bem como a ameaça de participação disciplinar contra o Sporting".
A concluir, a SAD sportinguista garante que nada do que foi dito ou que venha a ser feito a desviará "do importante caminho que já iniciou no sentido da reforma do futebol português e da verdade desportiva".