Depois do bronze conquistado no Campeonato do Mundo de Surf Adaptado de 2018, a jovem surfista de Viana do Castelo, que é cega de nascença, preparou-se para lutar pelo título em 2021.
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Marta Paço, 16 anos, cega de nascença, do Surf Clube de Viana (SCV), vai voltar a competir no Campeonato Mundial de Surf Adaptado, que este ano decorrerá em Pismo Beach, na Califórnia (Estados Unidos), de 6 a 11 de dezembro. Após ter trazido para Portugal a medalha de bronze em 2018, e de em 2020 ter visto frustrada a continuidade em prova, devido às restrições impostas pela pandemia, preparou-se, desta vez, para chegar ao ouro.
Há um ano em treinos intensivos, Marta afirma que "fez tudo para se preparar bem" e o treinador Tiago Prieto, que a acompanha desde o início da curta e promissora carreira, acredita que "o trabalho árduo" do último ano renderá frutos.
Marta vai surfar para o título na Califórnia, mas, independentemente do resultado, continuará a lutar para evoluir na modalidade. "É tudo muito imprevísivel. O mar dá oportunidades a todos, mas acho que há uma boa hipótese de correr muito bem", disse a surfista, acrescentando: "Se [o ouro] tiver que acontecer vai acontecer, mas não é isso que me vai parar. Ainda tenho muita margem de progressão para poder evoluir".
"A Marta está a trabalhar seis vezes por semana, desde as componentes físicas, à parte nutricional e técnicas de água. Tem sido um trabalho intenso, dela, meu e do clube", disse Tiago Prieto, considerando que "tem condições para trazer a medalha de ouro".
João Zamith, presidente do SCV, considera Marta "uma força da natureza" e diz que para o clube "é um privilégio trabalhar com ela". "Era uma grande honra para o clube ter um campeão do mundo, ainda para mais sendo uma atleta cega. Seria um orgulho que extravasaria para a cidade e para Portugal", concluiu.