Taça de Portugal: Seis surpresas com os favoritos desde a transição do século
F. C. Porto e Tondela jogam hoje a 23.ª final seguida com pelo menos um dos grandes presente. Neste ciclo só houve cinco clássicos.
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Novo campeão nacional, o F. C. Porto apresenta-se hoje no Jamor na condição de favorito, numa final inédita da prova-rainha do futebol português, frente ao Tondela, 17.º classificado do última Liga e despromovido ao escalão secundário.
No regresso ao Estádio Nacional após duas finais disputadas em Coimbra, sem público devido à pandemia de covid-19, é a 23.ª vez seguida que a decisão da Taça de Portugal se disputa com a presença de pelo menos um clube grande.
A última vez que tal não sucedeu foi em 1998/99, quando a final foi disputada entre Beira-Mar e Campomaiorense, com vitória dos aveirenses por 1-0. Então, Benfica (eliminado pelo Vitória de Setúbal) e F. C. Porto (afastado pelo Torreense) caíram na quinta eliminatória, onde nem sequer chegou o Sporting, pois, na ronda anterior, perdera com o Gil Vicente.
De então para cá, pelo menos um dos grandes esteve sempre na final da prova, com realce para o F. C. Porto, com 12 presenças, seguido de Sporting (oito) e Benfica (sete). Neste período que marcou a transição do séc. XX para o XXI, houve cinco clássicos nas finais, três dos quais entre Sporting e F. C. Porto, com duas vitórias leoninas. Nos duelos entre Benfica e F. C. Porto houve um triunfo para cada. Curiosamente, não houve confrontos entre os rivais lisboetas (o mais recente foi em 1995/96, com êxito benfiquista).
Neste período de 22 anos, os portistas ergueram o troféu por oito vezes, contra cinco dos leões e três dos benfiquistas. Nas restantes seis finais, o Braga festejou duas vezes (frente a F. C. Porto e Benfica), registando-se, ainda, um triunfo de Vitória de Setúbal, Académica, Vitória de Guimarães e Aves.
Nas seis finais em que os ditos grandes foram surpreendidos, o Benfica deixou escapar o troféu em metade dessas situações (frente a Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães e Braga). O Sporting foi por duas vezes apanhado em falso (Académica e Aves) e o F. C. Porto uma vez (Braga).
Os dragões espreitam hoje o 18.º troféu na Taça e a hipótese de fazer a nona dobradinha, juntando o êxito ao título de campeão. Já o Tondela, em quase 89 anos de história, nunca tinha passado dos oitavos de final. O troféu mais prestigiante que possui é o da conquista da Liga 2 (2014/15).
SETE GOLOS
Evanilson pode ser o goleador-mor da competição
Evanilson, que tem sete golos, pode tornar-se o goleador-mor da Taça de Portugal. Para já, o avançado portista reparte a primazia com João Tarzan, do Caldas, equipa que caiu na quarta eliminatória. Após Evanilson, há quatro dragões com dois golos cada: Toni Martínez, Uribe, Otávio e Sérgio Oliveira, este entretanto cedido à Roma. Boselli e Tiago Dantas são os melhores marcadores do Tondela, com três golos cada. Na época passada no topo ficou Abel Ruiz (Braga), com sete golos.