Há 23 anos, André Villas-Boas estava em casa da avó, de cachecol ao pescoço, a torcer pelo F. C. Porto na final de Viena. Hoje esteve no Prater como treinador dos dragões e disse que quer ganhar ao Rapid para garantir, desde já, o primeiro lugar do Grupo L da Liga Europa.
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O F. C. Porto já está qualificado. Isso pode ser uma vantagem para o Rapid neste jogo?
Não me parece. Este é um jogo importante para nós porque queremos ganhar para garantirmos o mais depressa possível o primeiro lugar do grupo, que dá vantagens para o sorteio dos 16 avos-de-final. Uma vitória dar-nos-á conforto para o último jogo, com o CSKA de Sófia, em casa.
O frio e a neve condicionam a partida?
Temos as máximas garantias de que o campo estará nas melhores condições, pelo que as nossas preocupações são mínimas e as condições serão sempre óptimas para o jogo. Os jogadores são profissionais e estão habituados a jogar com qualquer tipo de adversidade.
O facto de o F. C. Porto ser a única equipa invicta na Europa é importante?
Acho pouco relevante. Somámos um número importante de jogos consecutivos sem perder, com apenas três empates, o que nos satisfaz, mas isso não traz nenhum título, nem nenhuma compensação económica, infelizmente... Se terminarmos o campeonato com os objectivos cumpridos, então sim, poderemos olhar para trás com satisfação.
O treinador do Rapid diz que o F. C. Porto é uma espécie de mini-Barcelona...
O F.C. Porto nunca pode ser definido assim porque tem um palmarés tão importante como o Barcelona. Claro que são duas filosofias de jogo que gosto que se enquadrem juntas. Pela minha parte, continuarei a lutar contra o futebol especulativo e a adoptar a minha filosofia. A qualidade dos meus jogadores torna-a possível.
Como encara a Liga Europa?
Já disse noutras ocasiões que esta competição é anormal e está mal formatada. É inadmimissível que as equipas que agora estão a prestigiar a competição tenham de levar depois com equipas que falharam os objectivos na Liga dos Campeões.
A expulsão em Alvalade pode indiciar que não consegue lidar com a adversidade. É uma imagem de marca?
Dizer isso é uma absoluta besteira. Ainda não tive acesso ao relatório, mas espero não ter sido expulso pelas palavras que disse ao Jorge Sousa, que estava a desconfiar da dualidade de critérios escandalosa que ele estava a ter. Parece-me que se está a tentar branquear rapidamente os erros que o árbitro cometeu. Vou continuar a ser expulso se me continuar a dirigir aos árbitros educadamente, como o fiz. Fico muito surpreso quando vejo a maior parte dos treinadores dirigir-se aos árbitros de forma injuriosa e a roçar a agressão verbal, e nada acontece.
Onde estava em 1987, no dia da final de Viena?
Em casa da minha avó, a seguir o jogo pela televisão. Era um miúdo de 10 anos, de cachecol ao pescoço. Poderão ter tentado embebedar-me com um copo de champanhe e já não me lembro se fui para a Avenida dos Aliados.