O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou, esta quinta-feira, que a Grécia deve continuar a negociar com a "troika" e manifestou o seu ceticismo quanto a algumas medidas anunciadas pelo novo Governo grego anti-austeridade.
Corpo do artigo
"A Grécia deve continuar a negociar com as três instituições, Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional, isso faz parte do que foi acordo para os programas de assistência", afirmou.
As declarações de Schäuble foram feitas numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo grego, Yanis Varoufakis, com quem se reuniu.
Os dois ministros constataram que estão em desacordo em várias questões.
"Não estamos de acordo sobre o que temos de fazer agora", indicou o ministro alemão, que considerou que algumas das decisões anunciadas por Atenas nos últimos dias "não vão na direção certa".
Para Schäuble, apesar da vitória eleitoral do Syriza, a política de ajuda à Grécia também deve respeitar a vontade dos eleitores de outros países europeus.
"Naturalmente que há que respeitar a vontade dos eleitores gregos, mas também há que respeitar a vontade dos eleitores de outros países europeus", referiu.
Questionado sobre se tinha alguma coisa contra um governo que quer cumprir as suas promessas eleitorais, o ministro do executivo de Angela Merkel respondeu que "quando essas promessas são à custa de outros não são realistas".
O ministro alemão admitiu que, após a crise financeira, a Grécia foi o país com o caminho mais difícil, mas acrescentou que as causas dessas dificuldades não estavam na Europa nem na Alemanha, mas na Grécia.