O Banco de Portugal continua a prever um crescimento económico este ano ligeiramente inferior ao estimado pelo Governo, de 0,9%, e um aumento do PIB de 1,5% em 2015, em linha com o Executivo.
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Segundo o Boletim Económico hoje divulgado, o Banco de Portugal (BdP) continua a estimar que a economia portuguesa cresça 0,9% este ano, 0,1 pontos percentuais abaixo das previsões mais recentes do Governo para o conjunto de 2014.
A instituição liderada por Carlos Costa mantém também a previsão de um crescimento económico de 1,5% para o próximo ano, em linha com o estimado pelo Executivo no Orçamento de Estado para 2015 e também conforme o que o banco central já tinha previsto no Boletim Económico de junho.
Para 2016, o BdP revê ligeiramente em baixa o crescimento, antecipando que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,6% em vez dos 1,7% estimados anteriormente.
Apesar de manter a previsão de crescimento económico para 2014 e 2015, o BdP reviu a composição do PIB para os dois anos, antecipando agora um maior crescimento da procura interna e menor das exportações.
Para este ano, o banco central prevê que as exportações cresçam 2,6% e as importações 6,3%, abaixo dos 3,7% e dos 6,4%, respetivamente, estimados em outubro.
Já para 2015, a instituição antevê que as exportações cresçam 4,2% (abaixo dos 6,1% anteriormente antecipados) e as importações 3,1% (também abaixo dos 4,8% previstos no boletim de junho).
Por outro lado, o BdP antecipa que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor se fixe em -0,1% este ano, em 0,7% no próximo e em 1% em 2016.
Estes indicadores são agora revistos em baixa, já que as estimativas mais recentes do banco central davam conta de uma inflação nula este ano, de 1% em 2015 e de 1,1% em 2016.
O Banco de Portugal admite riscos em torno da projeção para o crescimento da atividade económica "ligeiramente em baixa" para 2015 e 2016, dada a "probabilidade de uma procura externa menos favorável e de uma redução mais significativa do consumo público, compensadas parcialmente por um risco ascendente associado ao impacto das reformas estruturais".
Neste contexto, lê-se no Boletim Económico, os riscos para a inflação consideram-se "marginalmente descendentes", com o BdP a admitir que ao longo do horizonte de projeção, "a inflação deverá apresentar níveis reduzidos, já que deverão manter-se pressões descendentes sobre os preços ao nível interno e externo, nomeadamente com os preços de importação (incluindo e excluindo bens energéticos) a registarem variações médias negativas no período 2014-2016".
No que se refere ao mercado de trabalho, as contas do Banco de Portugal indicam que o emprego do setor privado está a recuperar desde o terceiro trimestre de 2013, mas que essa recuperação é "mais moderada do que a sugerida pelo Inquérito ao Emprego".
O banco central estima que os trabalhadores por conta de outrem "estarão a crescer no terceiro trimestre de 2014 cerca de 2,5% em termos homólogos", previsão que contrasta com os números do Inquérito ao Emprego, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística, que aponta para um crescimento homólogo de 6% neste período