O défice de Portugal em 2010 fixou-se nos 9,8% do PIB, mais 0,6% que a estimativa inicial, principalmente devido ao desvio orçamental na Madeira, confirmou, esta sexta-feira, o Eurostat, na sua segunda notificação sobre procedimento dos défices excessivos.
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O gabinete oficial de estatísticas confirma assim as indicações de que as dívidas omitidas pela Administração Regional da Madeira tiveram um impacto perto dos 0,6% do Produto Interno Bruto no défice português no ano passado, o que levou a que Portugal registasse, a par da Letónia (também 0,6%), a mais acentuada revisão em baixa relativamente à notificação anterior, de Abril passado.
Nas explicações específicas por país sobre as revisões mais significativas do défice entre 2007 e 2010, efectuadas entre as notificações de Abril e Outubro deste ano, o Eurostat indica que em Portugal "a subida do défice em 2010 deve-se principalmente à correcção de uma ausência de registo relativa à região autónoma da Madeira".
A revisão do défice português, relativamente à notificação de há seis meses, é a mais elevada, a par da Letónia, que fechou 2010 com um défice de 8,3%.
Em termos gerais, o défice público da Zona Euro e da UE a 27 foi de 6,2% e 6,6% PIB, respectivamente, tendo os défices mais elevados sido registados na Irlanda (31,3%), Grécia (16,4%), Reino Unido (10,3%) e Portugal (9,8%).
Já quanto à dívida, aumentou na Zona Euro de 79,8% em 2009 para 85,4% no final de 2010, um valor recorde, e de 74,7% para 80,2% no conjunto da União.
As dívidas públicas mais elevadas em 2010 foram registadas na Grécia (144,9%), Itália (118,4%), Bélgica (96,2%), Irlanda (94,9%) e Portugal (93,3%).