CGTP anunciou novas manifestações a 14 de junho no Porto e a 21 de junho em Lisboa
A CGTP aprovou, esta quinta-feira, uma resolução, no final da manifestação do Dia do Trabalhador em Lisboa, para intensificar a luta nas empresas e nas urnas e defender os valores de Abril em prol do emprego e dos salários.
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"Os trabalhadores assumem o forte compromisso de engrossar o caudal de luta", lê-se na resolução, que aponta como objetivos derrotar a política do Governo, aumentar os salários e atualizar "imediatamente" o salário mínimo nacional para 515 euros a partir de 1 de junho.
A resolução foi lida ao microfone para milhares de pessoas que participaram na manifestação organizada hoje pela central sindical em Lisboa e que começou com um desfile do Martim Moniz até à Alameda D. Afonso Henriques.
Antes da aprovação da moção, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse, no seu discurso, que a manifestação de hoje constituiu "um enorme 1 de Maio, em Lisboa e em todo o país", já que decorreram iniciativas semelhantes noutras cidades.
"Ao contrário do que afirma o Governo, não é Abril nem os direitos políticos, económicos, sociais e culturais conquistados com luta que estão na origem da crise, mas a política de direita e o bloco central de interesses que ao longo dos últimos 30 anos divergiram e entraram em rota de colisão com os valores de Abril", disse Arménio Carlos para os manifestantes, que encheram metade da Alameda.
O sindicalista acrescentou que o "anunciado sucesso" da 'troika' e do Governo "é proporcional ao empobrecimento", que resulta da "maior recessão" do país na sua história recente, provocada "pelos PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento], pelo memorando da 'troika' e pelo do tratado orçamental".
"Bem podem tentar iludir a opinião pública, dizendo que o aumento de impostos que há dias juravam que não ia acontecer se destina a aliviar a pressão sobre reformas dos trabalhadores do setor público", afirmou Arménio Carlos.
As medidas anunciadas na quarta-feira pelo Governo tornaram claros, na opinião do sindicalista, "a perpetuação de medidas apresentadas como temporárias, o agravamento dos impostos e uma nova redução do poder de compra para a generalidade da população".
A CGTP anunciou ainda novas manifestações a 14 de junho no Porto e a 21 de junho em Lisboa e a realização, a partir de 01 de junho, de "uma grande ação centrada nos locais de trabalho", com greves, paralisações e manifestações na semana de 26 a 31 de maio.
Arménio Carlos explicou que a CGTP escolheu aquela semana de maio "dado que foi no dia 27 de maio de 1974 que foi implementado o salário mínimo nacional".