<p>O ministro das Finanças considerou que a receita prevista no Orçamento do Estado de 2009 está controlada apesar da quebra verificada em termos fiscais no primeiro trimestre do ano.</p>
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As receitas fiscais baixaram 12,3 % no primeiro trimestre de 2009 relativamente ao mesmo período do ano passado, penalizadas pelo recuo de 20,3 % na cobrança de IVA, divulgou a Direcção Geral do Orçamento.
Os dados da execução orçamental, divulgados pelo Governo, esta segunda-feira, mostram que o abrandamento económico se reflectiu na arrecadação de receitas, tendo sido registada uma evolução negativa dos impostos indirectos (descida de 17,2 %) que teve a ver com "o abrandamento da actividade económica, a não actualização de taxas de ISP e o aumento dos reembolsos de IVA".
Face ao primeiro trimestre de 2008, as receitas fiscais baixaram 992 milhões de euros em Janeiro de 2009, uma queda justificada sobretudo pelo recuo das receitas dos impostos indirectos, nomeadamente o IVA.
A receita de IVA recuou 736,5 milhões de euros no mesmo período.
A DGO refere que, além da queda da receita do IVA, se verificou uma descida das receitas do Imposto sobre o Tabaco e do Imposto sobre as Bebidas Alcoólicas, que baixaram, respectivamente, 2,1 por cento e 11,2 por cento.
O boletim de execução orçamental do primeiro trimestre de 2009 mostra ainda que a receita do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) desceu 13,6 por cento - 90,4 milhões de euros - e a receita do imposto sobre os veículos automóveis caiu 25,1 por cento - 59,2 milhões de euros.
Em contrapartida, o Imposto Único de Circulação registou uma subida de 75,8 por cento, devido à "normalização do imposto" (menos contribuintes pagaram o imposto fora do prazo) e à "alteração de estrutura no parque automóvel circulante em função do ano da matrícula", diz a DGO.
Nos impostos directos, as receitas do IRS recuaram 2,7 por cento e as de IRC baixaram 32,5 por cento - estas últimas foram pressionadas quer pela redução efeito da receita de IRC quer pelo aumento dos reembolsos e pelas transferências para as regiões autónomas.
A receita do subsector Estado ascendeu a 7.958,9 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 11,1 por cento.
Do lado da despesa, os números da DGO mostram que a despesa do subsector Estado cresceu 4,9 por cento, situando-se em 10.314,7 milhões de euros, e que o grau de execução da mesma foi de 21,2 por cento.
As despesas com o pessoal a baixaram 21,1 por cento, favorecidas por uma alteração metodológica do registo das contribuições do Estado para a Caixa Geral de Aposentações. Corrigindo este factor, as despesas com o pessoal cresceram 0,2 por cento.
Receita está controlada, diz Ministro
Numa pequena declaração escrita enviada à agência Lusa, o minitro Teixeira dos Santos afirma que "no que depende do Governo", a receita está controlada "embora reflicta a quebra da actividade económica e ainda o maior volume de reembolsos em sede de IRC e IVA".
"Não há portanto qualquer derrapagem do lado da receita, tendo em consideração o funcionamento dos estabilizadores automáticos", diz a declaração emitida a propósito dos dados do boletim de execução orçamental.
Teixeira dos Santos garante também que a despesa está controlada "na medida em que o grau de execução da despesa total se cifra em 21,2 por cento, ou seja, inferior ao padrão de segurança".
Os dados da execução orçamental, divulgados pelo Governo, mostram que o abrandamento económico se reflectiu na arrecadação de receitas, tendo sido registada uma evolução negativa dos impostos indirectos (descida de 17,2 por cento) que teve a ver com "o abrandamento da actividade económica, a não actualização de taxas de ISP e o aumento dos reembolsos de IVA".