A circulação de comboios na Linha de Sintra, em Lisboa, que serve mais de 200 mil utentes por dia, está a processar-se com normalidade, não sendo visíveis os efeitos da greve dos transportes.
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Na estação de Agualva-Cacém, ao contrário de outros dias de greve, o cais de embarque estava vazio cerca das 08.00 horas e a circulação de comboios nos dois sentidos fazia-se normalmente.
Um dos funcionários da CP disse à agência Lusa que a circulação estava a decorrer dentro da "normalidade".
Ao contrário de outros dias de greve, os painéis electrónicos informativos não anunciavam comboios suprimidos.
Manuel dos Santos, passageiro da Linha de Sintra há mais de uma década, afirmou que "não é normal em dia de greve a estação estar tão vazia", considerando que "os próprios trabalhadores da CP já devem estar fartos de fazer tantas greves".
"Já são greves a mais. Desde o ano passado que estão constantemente a paralisar a circulação dos comboios e quem sofre somos nós, que pagamos os passes cada vez mais caros e, ou não conseguimos chegar aos empregos, ou chegamos muito atrasados nestes dias", frisou.
Já Margarida Teixeira adiantou que ia partir em direcção a Sete Rios, em Lisboa, mas desconhecia como faria para chegar ao emprego, uma vez que as estações de metro se encontram encerradas.
"Compreendo que os trabalhadores façam greve, mas já começa a fartar", referiu.
A greve envolve a CP - Comboios de Portugal, CP Carga, Refer, Metropolitano de Lisboa, Carris, Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e Transtejo/Soflusa.
A paralisação, que começou às 00.00 horas, é de 24 horas em todas as empresas, com excepção do grupo Transtejo/Soflusa, no qual os trabalhadores vão parar três horas por turno.
Os sindicatos que apresentaram os pré-avisos de greve contestam as medidas anunciadas pelo Governo para o sector dos transportes, como as privatizações, a redução de serviços e de trabalhadores.
Esta é a terceira greve a afectar as empresas públicas de transportes em três meses.