O crédito concedido no primeiro trimestre caiu 33,2% face ao mesmo período de 2011 e recuou 14,4% relativamente ao trimestre anterior, para 842,54 milhões de euros, revelou hoje a Associação de Instituições de Crédito Especializado.
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Segundo a associação, em termos homólogos "todos os tipos de crédito sofreram reduções", destacando-se o crédito clássico e o crédito a fornecedores - os dois tipos de crédito com mais expressão no total dos montantes financiados pelas associadas da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) com quebras de 35,5 e de 39,7%, respetivamente.
Apenas o crédito 'revolving' (crédito permanente ou renovável), que representa 20,8% do total do crédito concedido, não apresentou uma redução tão significativa, ficando-se numa redução de 4,3% face ao trimestre homólogo.
No que respeita ao destino dos montantes concedidos no crédito clássico, a ASFAC adianta que "a aquisição de meios de transporte continua a representar a maioria", com 68% do total, seguindo-se a aquisição de artigos para o lar, com 18%, e o crédito pessoal, com 11,9%.
"Nestes três tipos de financiamento verificou-se um decréscimo do montante concedido face ao mesmo trimestre do ano anterior, tendo esta descida sido de 39,9% no financiamento para aquisição de meios de transporte, 26,6% no crédito lar e 24,6% no crédito pessoal", refere.
Relativamente ao crédito para equipamento concedido a empresas, a ASFAC diz seguir "a tendência do ano anterior, de redução muito significativa", tendo recuado 93% face ao primeiro trimestre do ano anterior, para "valores residuais".
De acordo com a associação, apenas o crédito hipotecário apresentou uma subida dos valores concedidos, progredindo 56,2%.
Contudo, alerta, "esta subida deve-se ao carácter residual deste tipo de produto", que por isso apresenta "taxas de evolução elevadas à mínima alteração de valores".
De janeiro a março, foram celebrados 67.384 contratos de crédito clássico, 97,5% dos quais com particulares, com o valor médio de 4.612 euros, mais 9,9% do que no mesmo período de 2011.
Para o presidente da ASFAC, António Menezes Rodrigues, "estes indicadores eram já expectáveis, devido à situação económica que o país atravessa".
"Prevemos quebras na atividade do financiamento especializado até ao final do ano", antecipou o responsável.