O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, saudou, esta quarta-feira, "calorosamente" os resultados da terceira avaliação da "troika" ao programa de assistência a Portugal, e disse acreditar que o país está a melhorar a sua capacidade para gerar crescimento e emprego.
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Numa conferência de imprensa em Bruxelas, o presidente do executivo comunitário considerou ainda que não existe uma contradição entre a avaliação positiva da missão da 'troika' e a revisão em baixa das projeções de crescimento de Portugal, sustentando que tal espelha o que se passa no conjunto da zona euro, não constituindo um problema específico do país.
"A 'troika' concluiu (quarta-feira) que o programa português está no bom caminho e eu saúdo calorosamente esta avaliação. De facto, Portugal está a fazer progressos firmes em circunstâncias muito difíceis, estão a ser implementadas reformas estruturais importantes, estão a ser enfrentados problemas de longo prazo e no mercado de trabalho estou particularmente satisfeito com o facto de ter havido um acordo entre os parceiros sociais e o Governo", declarou Durão Barroso.
O presidente do executivo comunitário disse que em Bruxelas há a convicção de que "a capacidade de Portugal para gerar crescimento e emprego está a melhorar, e essa é também a opinião do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, como se pode ver no relatório" da terceira avaliação da 'troika' à implementação do programa português.
Questionado pela imprensa portuguesa sobre se não considera que há uma contradição entre a avaliação positiva da 'troika' e a revisão em alta do crescimento da economia portuguesa e a revisão em alta do desemprego, Durão Barroso respondendo, em inglês - já que foi também nessa língua que respondeu à imprensa espanhola e disse, sorrindo, querer mostrar quão objetiva a Comissão é -, argumentou que a situação portuguesa espelha apenas o que se passa na Europa.
"Não há contradição aparente: Portugal está bem em termos de implementação das reformas, e a revisão em baixa do PIB de Portugal é também resultado da revisão em baixa das expetativas de crescimento na zona euro como um todo", disse, acrescentando que não se trata por isso de um problema "específico de Portugal".
A terceira avaliação do programa de ajuda a Portugal, conhecida na terça-feira, foi positiva e a 'troika' aprovou, desse modo, o desembolsar de uma nova tranche de 14,9 mil milhões de euros, anunciou o ministro das finanças português, Vítor Gaspar.