Governo francês rejeita reestruturação da Peugeot Citroën que implica 8 mil despedimentos
O ministro da Produtividade francês, Arnaud Montebourg, disse, esta quinta-feira, que o governo francês "não aceita" o plano de reestruturação apresentado pelo grupo automóvel Peugeot Citroën, que prevê a supressão de oito mil postos de trabalho em França.
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O maior construtor automóvel francês, que emprega cerca de 100 mil pessoas em França, justifica a supressão dos postos de trabalho e o encerramento da sua fábrica de Aulnay-sous-Bois, onde trabalham cerca de 300 portugueses ou lusodescendentes, com prejuízos registados no primeiro semestre e quebras no mercado automóvel europeu.
"Não aceitamos o plano", disse Montebourg perante o Senado, sem precisar os meios que o governo poderá usar para pressionar a Peugeot Citroën.
"Vamos pedir à Peugeot Citroën para justificar a situação e para iniciar o diálogo social que o primeiro-ministro já exigiu que seja exemplar", prosseguiu o ministro, que nomeou um especialista para analisar a situação financeira do grupo.
"Pedimos à Peugeot Citroën que considere outras soluções além das que tem previstas para vários locais em França e para milhares de trabalhadores", insistiu Arnaud Montebourg.
O anúncio do corte de postos de trabalho pela Peugeot Citroën era já esperado pelo Governo francês, mas a dimensão do mesmo deixou o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault "em estado de choque".
Jean-Marc Ayrault, que esteve reunido com Arnaud Montebourg, manifestou-se esta quinta-feira de manhã "muito impressionado pela dimensão, sem precedentes, do plano anunciado pela Peugeot Citroën, um verdadeiro choque para todos os operários do grupo, para as regiões afetadas e para a indústria automóvel no seu conjunto", indicou o seu gabinete em comunicado.
Jean-Marc Ayrault pediu à Peugeot Citroën para manter abertas todas as fábricas em França e para promover "de imediato uma concertação exemplar, leal e responsável com os parceiros sociais para que todas as alternativas propostas pelos representantes dos trabalhadores possam ser estudadas e discutidas, tendo como objetivo prioritário a preservação do emprego estável".
A Peugeot Citroën anunciou esta quinta-feira que vai cortar oito mil postos de trabalho em França e fechar, em 2014, a fábrica de Aulnay, perto de Paris, onde trabalham mais de 3 mil pessoas, incluindo 300 portugueses ou lusodescendentes, segundo estimativas do embaixador de Portugal em Paris, Francisco Seixas da Costa.