O Governo grego deu ordem ao tesouro para que sejam pagos os cerca de 750 milhões de euros em dívida ao FMI, uma informação divulgada quando decorre em Bruxelas uma reunião do Eurogrupo centrada na situação da Grécia.
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Segundo fonte oficial do Ministério das Finanças grego, citado por meios de comunicação social, o Governo helénico liderado por Alexis Tsipras deu a ordem para que seja feito o desembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vence esta terça-feira, um gesto do executivo que procurará dar a entender que este continua a querer honrar os seus compromissos.
A ordem de pagamento acontece no mesmo dia em que está a decorrer em Bruxelas a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, com a Grécia e os seus problemas de liquidez no centro das atenções.
Espera-se agora que o FMI confirme a receção do dinheiro, que só deverá chegar terça-feira.
Desde fevereiro, quando foi estendido o programa de resgate da Grécia até junho, que o chamado Grupo de Bruxelas - que junta a Grécia e as instituições que formavam a 'troika' (Comissão, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) - está em discussões sobre reformas a serem adotadas pela Grécia que permitam transferir para os cofres gregos a última tranche do atual programa de resgate, cuja parcela ascende a 7,2 mil milhões de euros.
Por esta altura já era esperado que houvesse um compromisso, pelo menos preliminar, mas as negociações vêm-se arrastando, nomeadamente em torno dos temas sensíveis das pensões, mercado laboral e privatizações, em que as duas partes ainda estão muito distantes.
Perante este impasse, têm crescido os receios de que a Grécia possa vir a falhar pagamentos e, logo, entre em incumprimento ('default').
Depois do desembolso esta semana de 750 milhões de euros ao FMI, ainda em maio tem de refinanciar 1,4 mil milhões de euros em bilhetes do tesouro.
Junho será um mês também difícil, com Atenas a ter de pagar mais de 1500 milhões de euros ao FMI, em vários desembolsos. Existem ainda emissões de bilhetes do tesouro a vencer, de três e seis meses.
Em julho, vence dívida do FMI no valor de 453,8 milhões de euros, assim como emissões de bilhetes do tesouro.
Todos os meses têm ainda de ser feitos, como habitual, os pagamentos aos funcionários públicos e aos pensionistas.
Os desembolsos ao Banco Central Europeu (BCE) também farão mossa nos cofres gregos. São 3,5 mil milhões a 20 de julho e 3,2 mil milhões a 7 agosto, relativos a títulos de dívida soberana grega detida por Frankfurt.
A Grécia é o ponto principal da reunião que decorre hoje à tarde em Bruxelas entre os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e de que, já se sabe, não sairá qualquer acordo que permita o desbloqueamento de dinheiro de que Atenas necessita para fazer face aos seus problemas de liquidez.
Fontes europeias afirmaram que, se a discussão correr bem, o melhor que poderá sair deste encontro será uma declaração positiva sobre o andamento das negociações.
Desde fevereiro que o chamado Grupo de Bruxelas - que junta a Grécia e as instituições que formavam a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) - estão em discussões sobre reformas a serem adotadas pelo país que permitam ultrapassar o impasse e transferir para os cofres gregos a última tranche do atual programa de resgate, cuja parcela ascende a 7,2 mil milhões de euros.
No entanto, para isso acontecer ainda são precisos muitos avanços, sobretudo nas pensões, no mercado laboral e nas privatizações, matérias em que as partes ainda têm profundas divergências.
Além do acesso à última tranche do resgate, para Atenas também é importante alguma flexibilização por parte do BCE, nomeadamente o aumento do valor da linha de emergência em que os bancos gregos se podem financiar e a não colocação de mais exigências aos colaterais apresentados pelos bancos gregos para irem buscar dinheiro ao banco central.
A Grécia gostaria ainda que o BCE permitisse que o tesouro helénico pudesse emitir mais dívida pública de curto prazo.