A adesão à greve dos guardas prisionais, que terminou à meia-noite de sexta-feira, oscilou entre os 85% e os 90%. A greve da próxima semana foi desconvocada.
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"Dos profissionais do corpo prisional que estavam a trabalhar nos dias da greve, a percentagem variou entre os 85% e os 90% de adesão [à greve], ou seja, de todos os profissionais que se apresentaram ao serviço para garantir os serviços mínimos decretados pelo colégio arbitral", adiantou o presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves.
A greve teve início a 27 de abril e terminou à meia-noite de 1 de maio, sendo o sexto período de greve marcado pelo sindicato desde o mês de março.
De acordo o sindicalista, a adesão não foi igual em todo o país, tendo havido alguns estabelecimentos prisionais onde a adesão foi de 100%, dando como exemplo Santa Cruz do Bispo, no Porto, e Sintra, em Lisboa.
No entender do presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), trata-se de um resultado expressivo, que mostra que a "maioria dos profissionais da guarda prisional teve a oportunidade de mostrar a sua indignação perante a falta de cumprimento das promessas e os compromissos assumidos pelo Ministério da Justiça".
Relativamente à posição da tutela, Jorge Alves disse que "continua a não dizer nada" e a manter-se no "absoluto silêncio", sem responder às tentativas de contacto por parte do sindicato.
Ainda assim, o responsável disse que o sindicato está disponível para dar um sinal de boa-fé à tutela, depois das declarações feitas na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, em que o secretário de Estado da Justiça, António Costa Moura, disse que o concurso de guardas prisionais está a decorrer.
"Acreditando que isso é verdade, a greve que tínhamos decretado para a próxima semana, de 4 a 7 [de maio], foi desmarcada e vai ser comunicado na próxima segunda-feira às entidades competentes", adiantou o sindicalista.
Acrescentou que esta tomada de posição por parte do sindicato mostra que estão a tentar encontrar a "melhor solução" para resolver os problemas que afetam os guardas prisionais.
"Esperamos que na próxima semana, com esta boa-fé do sindicato, o Ministério da Justiça, de uma vez por todas, fale e diga de sua justiça e diga em que ponto estão os compromissos que assumiram o ano passado, em 2014", disse Jorge Alves.
O protesto do SNCGP prende-se com a regulamentação do horário de trabalho, a transição do pessoal para a nova tabela remuneratória, a equiparação à PSP no que respeita a férias, com o cumprimento das promoções na carreira (comissários, chefes principais, chefes e guardas principais) e pelo pagamento do subsídio de turno.