Um profundo descontentamento com as políticas do Governo, "altamente penalizadoras de todos os trabalhadores e não apenas os da Função Pública", levou a UGT a marcar, pela segunda vez na sua história, uma greve geral conjunta com a CGTP para a próxima quinta-feira. Precisamente um ano depois da primeira paralisação em que as duas centrais sindicais falaram a uma só voz.
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O dia 24 de Novembro foi escolhido por razões simbólicas?
Não. Havia uma hesitação entre 23 e 24 e acabou por ser escolhido 24 de Novembro, porque era a data prevista para o início da discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE).
Que motivos levaram a UGT a avançar para esta greve geral, a terceira em mais de 30 anos, contando com a adesão à de 1988?
Consideramos que a proposta de OE apresentada na Assembleia da República é altamente lesiva dos trabalhadores. Traduz uma quebra brutal do poder de compra dos salários e das pensões. Por outro lado, o aumento de duas horas e meia do horário de trabalho no sector privado põe em causa uma conquista fundamental. E apenas vai contribuir para aumentar o desemprego e a conflitualidade. Temos também presente que as políticas apontadas no Orçamento vão ter um efeito muito recessivo na economia e provocar um grande aumento do desemprego. A proposta do Governo traduz, portanto, uma forte penalização para os trabalhadores - todos e não apenas os do sector público -, uma forte recessão da economia e o empobrecimento geral. A greve é para dizer "não" a estas medidas e que é necessário haver diálogo e negociação. Estamos de acordo que os tempos que correm vão exigir sacrifícios, mas têm que ser pedidos com equidade. Não se pode pedir sacrifícios sempre às mesmas pessoas, por isso dizemos: "Basta! Sempre os mesmos a pagar a crise..."
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