A economia da Alemanha vai continuar a crescer em 2012 e 2013, mas a um ritmo mais reduzido devido à "incerteza" causada pela crise financeira e à estagnação no resto da Zona Euro, prevê a Comissão Europeia.
Corpo do artigo
O Produto Interno Bruto (PIB) alemão deverá crescer 0,8% em 2012 e 1,5% em 2013, um abrandamento significativo face aos 2,9% estimados para este ano, de acordo com as previsões de Outono da Comissão Europeia (CE).
Este é um cenário ligeiramente mais pessimista que as previsões mais recentes do governo alemão, que em Outubro corrigiu a sua previsão para o crescimento do PIB em 2012 para 1%.
Apesar do abrandamento, os números da CE contemplam pequenas melhorias nos principais indicadores económicos e financeiros da Alemanha para os próximos dois anos.
O desemprego continuará a cair - de 6,1% este ano para 5,9% em 2012 e 5,8% em 2013. A taxa de inflação, grande preocupação para os decisores políticos alemães, deverá ficar em níveis muito reduzidos (1,7% em 2012, 1,8% no ano seguinte).
A consolidação das contas públicas continuará, com défices orçamentais de 1% do PIB em 2012 e 0,7% em 2013; a dívida pública cairá ligeiramente para 81,2% do PIB em 2012 e 79,9% no ano seguinte.
A Comissão nota que os riscos para a economia alemã "aumentaram substancialmente", e que "os indicadores apontam para uma moderação acrescida do crescimento do PIB" na segunda metade deste ano. Esta tendência deverá manter-se devido à "incerteza", que está sobretudo relacionada com a crise das dívidas soberanas.
No entanto, a Alemanha é particularmente resistente aos efeitos directos da crise. Por um lado, "a crescente rentabilidade das empresas [alemãs] limita as suas necessidades de financiamento externo"; por outro, a solidez das contas alemãs e a ausência de "grandes desequilíbrios internos, como um mercado imobiliário sobrevalorizado" fazem da Alemanha um "porto seguro" para os mercados financeiros.
A crise na Europa tem contudo outro impacto sobre a economia do país: as exportações alemãs deverão crescer a um ritmo mais moderado, porque 40% os bens exportados pela Alemanha vão para outros países da zona euro.