Jerónimo Sousa insta Governo a evitar que a Cimpor seja "abocanhada" por uma multinacional brasileira
O líder comunista Jerónimo Sousa instou, sábado à noite, o Governo a evitar que a cimenteira Cimpor seja "abocanhada" por uma multinacional brasileira, lembrando que é a mesma empresa que tomou conta da Siderurgia Nacional e a fechou.
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"O governo está mudo, quedo e calado em relação a um grupo que tomou conta do que sobrou da Siderurgia Nacional e o que fez foi fechar a fábrica", afirmou considerando que "hoje aquilo é apenas um armazém".
O secretário-geral do PCP alertou para o facto de "a empresa brasileira dizer que, se ficar com o capital da Cimpor, o seu centro de decisão vai continuar em Portugal", para perguntar: "alguém acredita nisso depois do que fizeram à Siderurgia?".
O dirigente do PCP falava durante um jantar de Natal da Organização Regional de Braga do partido, que juntou 300 militantes do distrito.
Para o dirigente do PCP "o que o governo deve fazer é tomar conta da empresa, tomar a iniciativa e decidir que a Cimpor continua nas mãos do interesse nacional".
Jerónimo Sousa lembrou que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem dez por cento do capital da cimenteira, sustentando que o Governo deve levar a que a CGD tome conta de mais acções.
"Não digam que o PCP não faz propostas! Aqui está uma proposta concreta", acentuou.
Os comunistas consideram que a empresa tem um papel estratégico na economia portuguesa.
"Qualquer governo que queira desenvolver a nossa economia e ter na mão as alavancas para o fazer" deve manter a Cimpor, disse.
Jerónimo de Sousa sublinhou ainda que a crítica não se prende com o facto de a firma compradora ser brasileira, dizendo que podia ser americana, espanhola ou alemã mas "está em causa uma alavanca fundamental para nossa economia".