O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, prevê que o 1º de Maio, na quarta-feira, seja um dia de protesto e mobilização para a luta, mas também de proposta de um novo rumo para o país.
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"Vai ser um 1.º de Maio de protesto, de indignação, mas também de proposta. Iremos apresentar várias propostas relacionadas com questões financeiras, económicas e com o emprego", disse Arménio Carlos à agência Lusa.
De acordo com o sindicalista, a CGTP tem novas ideias que podem ser alternativa à austeridade, que irá apresentar no Dia do Trabalhador.
"O memorando para o crescimento económico é impossível de concretizar, com a política de recessão que se está a verificar e que vai perdurar se o Governo não for substituído", afirmou.
"É necessário cortar na despesa parasitária, mas é preciso encontrar alternativas em termos de receita", disse Arménio Carlos lembrando que a Intersindical apresentou anteriormente propostas que, se fossem aproveitas, proporcionariam ao Estado português uma receita suplementar de 819 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.
As mesmas propostas levariam a "uma redução da despesa parasitária de 1.100 milhões de euros".
"Estou a falar de 2.000 milhões de euros, dinheiro que era importante que estivesse disponível para o país, mas não está, com a agravante de que o Governo pretende apresentar mais cortes", salientou.
Para Arménio Carlos é importante demonstrar que os portugueses não estão perante uma inevitabilidade e que têm alternativa.
"Ai de nós se não nos levantarmos e não prosseguirmos e intensificarmos as ações de luta nos próximos tempos", defendeu, lembrando a postura assumida pelo Presidente da República no seu discurso na cerimónia do 25 de Abril, no Parlamento, "ao anunciar que as políticas de austeridade vão prolongar-se no tempo".
O líder da CGTP considerou imoral que os trabalhadores continuem a ser confrontados com sacrifícios quando os grandes grupos económicos e financeiros têm elevados lucros.
"Os que defendem cortes salariais, nas pensões e na proteção social são os mesmos que não param de ver os seus rendimentos a aumentar", disse, acrescentando que "é preciso moralizar o país".
Por isso, a CGTP vai aproveitar o Dia do Trabalhador para apelar à participação na manifestação que está marcada para dia 25 de maio, junto ao Palácio de Belém, para reclamar a antecipação de eleições.
Arménio Carlos considerou que o 1.º de Maio deve ser um dia de luta e mobilização geral mas também de confiança na possibilidade de influenciar a mudança, dado que "com as batalhas travadas, os trabalhadores conseguiram que o Governo recuasse nalgumas coisas".
"Vamos fazer um forte apelo no 1.º de Maio para que ninguém fique em casa. É importante que os trabalhadores se unam e manifestem a sua opinião. Todos são bem-vindos nas comemorações que as estruturas da CGTP promovem em cerca de 50 localidades de todo o país", concluiu.
O ponto alto do 1.º de Maio da CGTP será, como habitualmente, o desfile entre o Martim Moniz e a Alameda, em Lisboa.