O secretário-geral do PS congratulou-se, esta quarta-feira, com o resultado da operação de colocação de dívida de Portugal no mercado, dizendo ser resultado da crescente da intervenção do Banco Central Europeu (BCE), que o primeiro-ministro "recusou-se a apoiar".
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António José Seguro falava aos jornalistas depois de se ter reunido com a Caritas, num comentário ao facto de o Estado ter colocado hoje mais dois mil milhões de euros de dívida no mercado, mais 250 milhões de euros que o máximo indicativo estipulado e pagando juros consideravelmente mais baixos que nas últimas operações com prazos semelhantes.
De acordo com o IGCP - agora chamado Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública desde que foi convertido em empresa pública -, o Estado colocou 1.291 milhões de euros na linha com maturidade a 18 meses, a segunda vez que coloca dívida em Bilhetes do Tesouro com este prazo.
"Foi uma boa notícia, porque Portugal colocou mais de dois mil milhões de euros para refinanciar a sua dívida, tendo a taxa de juro passado de 4,5 para cerca de três por cento, o que representa uma quebra de 1,5 pontos percentuais. É a primeira vez que Portugal coloca este dinheiro após o BCE ter anunciado que iria intervir ilimitadamente para comprar dívida soberana", observou o líder dos socialistas.
Depois, António José Seguro referiu que sempre defendeu este tipo de intervenção do BCE, ao contrário, segundo ele, do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Aqui está uma medida [do BCE] que há mais de um ano tenho vindo a propor e a insistir, em relação à qual o primeiro-ministro sempre se recusou a apoiar e que beneficia o país. Foi pena que, por teimosia, se tenha perdido um ano", afirmou.