As estações ferroviárias das linhas suburbanas de Lisboa estão, na manhã desta terça-feira, mais vazias do que ontem. Tudo porque neste segundo dia de greve dos maquinistas da CP, muita gente optou por outros meios para chegar aos empregos.
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Às 8.00 horas da manhã, na estação de Monte Abraão, Linha de Sintra, o panorama era bem diferente do dia de segunda-feira. As plataformas de embarque muito mais vazias, com menos passageiros à espera de comboio, hoje já prevenidos do segundo dia de greve dos maquinistas.
Nos painéis informativos, a situação era elucidativa. Quase todas as ligações suprimidas, o que não deixava grandes opções. Mas, ao contrário de ontem, quase toda a gente sabia do protesto laboral, pelo que da estação eram visíveis os longos engarrafamentos de automóveis em direção ao IC 19.
Uma hora antes, cerca das 7.00 horas, o JN viu também muita gente à espera em acessos do IC 19, a aguardar boleias de colegas ou carrinhas de empresas que se organizaram para transportar os trabalhadores.
Outros, porém, não têm essa facilidade. Junto às bilheteiras da estação, um grupo de mulheres, todas funcionárias de uma empresa de limpezas em Benfica, tentava a melhor solução para não chegarem, um dia mais, atrasadas ao emprego.
"O patrão já ontem não gostou que chegássemos tarde, mas não sei como chegar mais cedo. Levantei-me às 6.30 horas da manhã, mas não consigo entrar no comboio", lamentava uma das mulheres, que preferiu não se identificar.
Ao longo das primeiras horas, foi também perfeitamente perceptível a revolta dos utentes pela duração do protesto. Muitos comentam que até se conformariam com um dia de greve, mas o facto de esta se prolongar por toda a semana é fortemente criticado.
"Não se faz, não se faz", repetia, desanimado, um homem de meia idade, à saída da estação de Massamá, onde, pelo segundo dia consecutivo, não conseguiu apanhar comboio que o levasse ao trabalho.