Milhares de pessoas desfilaram esta segunda-feira pela avenida Almirante Reis, em Lisboa, para lembrar que "o trabalho é um direito" e que "a luta continua" porque "maio está na rua", numa marcha organizada pela central sindical CGTP-IN.
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A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) vai realizar duas manifestações a 3 de junho em Lisboa e no Porto, anunciou o secretário-geral da Intersindical, num discurso de 1.º Maio cheio de recados ao Governo.
Valorizamos o que foi feito. Mas a vida continua, o tempo passa, os problemas estruturais mantêm-se
Perante milhares de pessoas concentradas na Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, Arménio Carlos anunciou que a CGTP-IN convocou "duas grandes manifestações", inseridas no Dia Nacional de Luta, com o lema "Unidos pela valorização do trabalho e dos trabalhadores".
"Um dia de luta nacional de conferência que convoca todas as mulheres e homens trabalhadores (...) que lutam pela efetivação da mudança de política e que irão, a uma só voz, transmitir ao Governo que este é o momento de avançar, porque é a partir do que se faz no presente que se constrói o futuro", disse Arménio Carlos.
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As referências e os recados ao Governo foram, aliás, uma constante no discurso do secretário-geral da CGTP, que defendeu que foi também graças à luta da plataforma sindical que foi possível "travar a política de destruição de direitos laborais e sociais".
"Valorizamos o que foi feito. Mas a vida continua, o tempo passa, os problemas estruturais mantêm-se, as respostas tardam e é preciso atender às legítimas expectativas de todos os que lutaram pela mudança. Este é o tempo de mudar e de fazer mais e melhor", defendeu.
Criticou ainda que Portugal continue a ser "um dos países com maiores desigualdades salariais", com um salário médio anual que corresponde a "apenas 51% da média europeia", onde "oito em cada dez empregos criados têm vínculos precários".
Arménio Carlos disse que a CGTP tem consciência que "não se pode solucionar num mês aquilo que foi corroído e destruído ao longo de décadas", mas, por outro lado, não aceita que "um ano e meio depois de o Governo ter iniciado funções, não se tenha atacado os problemas que estão na origem das desigualdades e da pobreza laboral".
Milhares em Lisboa para lembrar que "trabalho é um direito"
Marcada para sair do Largo do Martin Moniz às 14.30 horas, era já perto das 16 horas quando o desfile do 1º de Maio passou ao lado do Intendente.
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Na frente da marcha, seguia o líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional, Arménio Carlos, ladeado por outros membros da plataforma sindical.
Em passo lento, empunhando bandeiras e faixas, várias palavras de ordem em contexto de luta de trabalhadores fazeram-se ouvir.
"A Luta continua. Maio está na rua", "É urgente, é necessário, o aumento do salário" ou "trabalho é um direito, sem ele nada feito" foram algumas das frases ouvidas em direção à Alameda D. Afonso Henriques, destino final desta marcha.