A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, pensa que a estratégia atual colocou Portugal "no caminho do crescimento sustentado e da criação duradoura de emprego" e, reconhecendo a dureza das medidas, diz que "não é altura de recuar".
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A governante, que falava durante a última audição dos ministros no processo de discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2014, defendeu durante a sua intervenção inicial que há pouca margem para alterações no documento e que não se deve desviar do caminho seguido até esta altura.
"Nos últimos dois anos e meio, Portugal empenhou-se em corrigir o passado e em preparar um novo futuro, um futuro melhor. Corrigimos os desequilíbrios mais prementes, avançamos no ajustamento, lançamos a recuperação da atividade económica, e trabalhamos desde o primeiro momento para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas e a sustentabilidade financeira. Não é altura de recuar, é altura de continuar a encarar os desafios de frente, é altura de persistir com exigência e responsabilidade", afirmou.
Maria Luís Albuquerque deixou vários avisos aos deputados sobre os riscos de perder a credibilidade e confiança que terá sido ganha, especialmente no período final do programa de ajustamento, citando mesmo o apoio expresso dos parceiros europeus caso Portugal continue a cumprir o programa.
Ministra nega discussões sobre programa cautelar
A ministra das Finanças garantiu que não há qualquer discussão ou negociação em curso entre o Governo português e os responsáveis europeus e a troika para um eventual programa cautelar no final do atual resgate, no próximo verão.
"Não há nenhuma negociação em curso entre o Governo português, com a troika, com as autoridades, relativamente à saída do programa. Aquilo que será a saída do programa em meados do próximo ano é algo que não começámos a discutir ainda", afirmou a governante, em resposta ao deputado do PS João Galamba.
O deputado socialista confrontou a ministra com uma entrevista do secretário de Estado das Finanças da Irlanda ao "Diário Económico", na qual este afirmou que estão a trabalhar com o Governo português em todos os aspetos relacionados que dizem respeito aos dois países, incluindo à estratégia de saída do programa e que continuam em contacto permanente com as autoridades portuguesas tendo em vista a negociação do programa cautelar.
A governante rejeitou tais negociações e disse mesmo que nem no caso irlandês este foi já assumido. "A Irlanda estará a discutir, mas essa discussão não foi assumida em nenhuma das reuniões entre os ministros. Não houve nenhuma discussão pública. O que tem sido dito é que Portugal segue atentamente aquilo que a Irlanda estará a negociar. Quando tivermos conhecimento vamos avaliar até que ponto esse precedente deve ser avaliado para Portugal", afirmou.
No entretanto, garante a governante, "não há nada em cima da mesa neste momento, não há qualquer negociação".