As necessidades de financiamento de Portugal devem voltar a aumentar em 2014, após uma queda pronunciada em 2013, apesar da redução planeada do défice orçamental para os 2,3% para 2014, estima o Fundo Monetário Internacional.
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Na atualização do 'Fiscal Monitor' divulgado esta terça-feira, o fundo calcula que as necessidades brutas de financiamento de Portugal devem atingir os 26,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, na sequência do elevado volume de dívida que vence este ano e ainda de um défice orçamental planeado ainda nos 4,5%.
Estes valores devem apresentar uma redução considerável em 2013, passando as necessidades de financiamento totais para os 19,7% do PIB, graças a uma forte queda no valor da dívida que terá de ser amortizada nesse ano, que representa 16,7% do PIB, e de um défice orçamental de apenas 3% (meta do acordo com as instituições internacionais).
No entanto, um aumento em 1,3 pontos percentuais - para os 18% - do valor total de dívida que atinge a maturidade em 2014 leva a que o valor das necessidades brutas de financiamento suba novamente nesse ano, agora para os 20,4% do PIB nacional.
O crescimento deste valor não é maior porque o FMI parte do princípio que as metas para o défice orçamental irão ser cumpridas até este ano, sendo que Portugal terá de reduzir o défice orçamental para 2,3% do PIB em 2014.
Nos valores respetivos a este ano, Portugal surge assim como o terceiro país (de uma seleção de 15 economias consideradas avançadas) com maiores necessidades de financiamento (em percentagem do PIB nacional de cada um dos países), apenas superado pelo Japão, cujas necessidades de financiamento deverão atingir os 50,8% do PIB e pela Itália, em que os técnicos do fundo estimam que chegue aos 28,7%.
Em 2013, a posição de Portugal já melhora, com Estados Unidos e Espanha a ultrapassarem Portugal nesta lista, sendo que em 2014, a Espanha já deverá ter necessidades ligeiramente menores (peso relativamente ao seu próprio PIB) que Portugal.