Processo das portagens é "trapalhada à moda antiga" que Governo tem de resolver
O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, considerou hoje, quarta-feira, que o processo das portagens nas SCUT se transformou "numa trapalhada à moda antiga" que o Governo tem de resolver.
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"Estamos perante uma trapalhada à moda antiga, uma das muitas em que este Governo se tem envolvido", afirmou Menezes, em declarações aos jornalistas à margem da inauguração da Via Heitor Carvalheiras, em Canelas.
Para o autarca, "uma proposta de portagens com uma lógica de discriminação negativa regional só para o Norte, e com soluções técnicas muito discutíveis do ponto de vista de direitos, liberdades e garantias, tinha de acabar nesta trapalhada".
E quem tem de resolver o problema é José Sócrates, avisou o autarca: "Por mais que haja vontade e sentido de responsabilidade de outros partidos, nomeadamente do maior partido da oposição, para encontrar uma solução satisfatória que tenha a ver com as necessidades de receita do país e com justiça local, não é fácil. Mas quem tem de resolver trapalhada é José Sócrates".
O problema, na sua perspectiva, não se resume às portagens. "Vivemos uma situação peculiar: o país não quer este Governo, mas depois não é conveniente porque é mau para a economia, por causa dos mercados financeiros internacionais, por causa das candidaturas presidenciais, porque ainda não há solidez deste ou daquele projecto da oposição. Não sei se lá para diante, quando o Governo for embora, isto já não está de tal maneira escaqueirado que já seja impossível de repor", alerta.
A inauguração de hoje em Canelas deu o nome do antecessor de Menezes na autarquia gaiense (o socialista Heitor Carvalheiras) a uma via ligada à A29.
O autarca diz que não faz "leituras obtusas da história", lembrou que "o julgamento da obra de cada um é feito pelos eleitores" e elogiou a "seriedade, dedicação e esforço" de Heitor Carvalheiras.
Menezes lembrou, ainda, que a iniciativa se insere na decisão da autarquia de, neste mandato, homenagear todos os presidentes da Câmara de Gaia do pós-25 de abril de 1974 com "uma obra dedicada".