O PSD considerou, esta quarta-feira, que a oposição se precipitou ao comentar um relatório do Fundo Monetário Internacional que se desconhece e disse aguardar que o Governo informe o Parlamento da existência ou não desse documento.
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"Eu creio que nem o PSD nem a oposição conhecem esse relatório até ao momento. Portanto, aquilo que eu verifico é que há alguma precipitação em estar a comentar apenas notícias que nós não temos conhecimento que estejam coadunadas com o teor desse documento", afirmou o líder da bancada social-democrata aos jornalistas, no Parlamento.
Segundo Luís Montenegro "é necessário que o Governo informe o Parlamento sobre a existência ou não desse relatório e sobre o seu conteúdo" e o PSD aguarda "com serenidade" esse esclarecimento.
"Julgamos que é importante, se o documento existir, que ele seja partilhado com o parlamento e que todos os grupos parlamentares possam agir e opinar em função daquilo que verdadeiramente é esse documento", acrescentou.
Em causa está uma notícia do Jornal de Negócios, segundo a qual o FMI, a pedido do Governo, elaborou um relatório com propostas para diminuir a despesa pública de Portugal, entre as quais o aumento das taxas moderadoras, a dispensa de 50 mil professores e cortes em todas as pensões.
Segundo o Jornal de Negócios, a redução de funcionários e salários na educação, saúde e forças de segurança são outras medidas incluídas nesse documento, já entregue ao Governo português.
Escusando-se a tomar posição sobre estas medidas, Luís Montenegro criticou especialmente o PS por ter reagido a esta notícia, pedindo-lhe que "abandone esta forma mais precipitada de olhar o futuro do país", que deixe de "agudizar a contestação" e que seja "um ator construtivo do futuro do país".
O líder parlamentar do PSD insistiu para que o PS participe com contributos no processo de reforma do Estado e de redução da despesa pública em 4 mil milhões de euros até 2014, um compromisso que o executivo assumiu com a 'troika' no ano passado.
Luís Montenegro assinalou que "não é de agora que o país sabe que o FMI e o Banco Mundial coadjuvaram o Governo na procura de soluções para a diminuição da despesa pública", mas ressalvou que as suas propostas não são decisões do Governo: "O Governo não decidiu nada".