O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, apoia a candidatura do ministro das Finanças português à presidência do Eurogrupo, considerando que seria "uma boa notícia" ter "um ibérico" à frente da instituição.
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"Sem dúvida (que Mário Centeno pode contar com o nosso apoio). Penso que precisamos de um ibérico à frente do Eurogrupo", disse Pedro Sánchez aos jornalistas.
O líder da oposição espanhola vai participar na sexta-feira e no sábado, em Lisboa, numa reunião dos líderes do Partido Socialista Europeu, onde a questão deverá ser abordada.
O Governo português anunciou formalmente, esta quinta-feira, a candidatura de Mário Centeno à eleição para a presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que decorrerá na próxima segunda-feira, em Bruxelas.
Pedro Sánchez também criticou o Governo espanhol por aquilo que considera ser a sua falta de apoio político ao processo de construção europeia e ainda a fraca "presença de espanhóis em lugares de responsabilidade" nas instituições internacionais.
Mesmo assim, apoiou a eventual candidatura do ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, de direita, para um lugar no Conselho do Banco Central Europeu (BCE).
PSOE considera trabalho de Governo português promissor para socialismo europeu
Pedro Sánchez defendeu ainda que o trabalho do Governo é "positivo e promissor" para os socialistas e sociais-democratas espanhóis e europeus.
O líder socialista espanhol, que na sexta-feira e sábado participa no Conselho do Partido Socialista Europeu em Lisboa, acredita que o caso português "demonstra" que, quando a social-democracia governa, é possível ter coesão social e crescimento económico, subir o salário mínimo e pensões, assim como baixar os impostos à classe média e trabalhadores.
Sánchez dá o exemplo de Portugal, onde o Governo socialista tem o apoio parlamentar de outros partidos de esquerda, para enviar mensagens ao partido de extrema-esquerda Podemos, que atualmente é o terceiro mais importante no parlamento espanhol, logo a seguir ao PSOE, mas a descer nas intenções de voto.
"Há várias lições a tirar da experiência de Costa, e uma delas é que as esquerdas quando aplicam as políticas sociais, a agenda social-económica, a igualdade, a conquista de novos direitos e liberdades, são capazes de se entender", afirmou o líder socialista espanhol.
Para Pedro Sánchez "isso é um dos ensinamentos adiados para algumas das esquerdas" espanholas, numa referência à falta de apoio do Podemos a uma coligação governamental em 2016 que poderia, na altura, ter substituído o executivo do Partido Popular (direita) de Mariano Rajoy.
O líder socialista revelou que, no início de 2017, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) irá apresentar um "orçamento alternativo", que terá "muitas coisas em comum com o que foi apresentado pelo Governo de António Costa em Portugal, em questões como a matéria fiscal ou políticas sociais".