O restaurante de Lisboa recebe o verão com uma carta renovada e mais fresca, que mantém o casamento entre o produto nacional e a inspiração e técnica pan-asiáticas.
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Tem como vizinhança o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém e inspira-se nas rotas e trocas culturais dos Descobrimentos para criar a sua cozinha, como foco especial nos sabores da Ásia. Aliando produto nacional e técnicas asiáticas, o Po Tat equilibra-se numa ponte entre Portugal e Oriente, agora mais fresca, com a chegada da carta de verão, que traz novos pratos ao restaurante de Belém, aberto há cerca de um ano no Palácio do Governador.
Na sala principal do restaurante, ainda se mantêm os tetos de abóboda em aresta originais deste edifício do século XII, juntando-se à mistura elementos elegantes e românticos como arranjos de flores secas e loiças antigas penduradas pelas paredes. Por estes dias, também é possível provar a nova carta na esplanada, situada no sossegado terraço traseiro do hotel, junto à piscina exterior.
Sob liderança de André Santos, chef lisboeta de 34 anos que já passou por casas como a Taberna 1300, O Talho ou o Bairro Alto Hotel, o Pot Tat aposta agora em snacks como a tempura de vegetais de verão e flor de sal de matcha; a gamba da costa curada em gaspacho de coco e lima kaffir; as asas de frango e sambal de camarão; ou os rissóis de lula e berbigão, com exterior crocante e recheio generoso.
Os sabores a mar mantêm-se em entradas como o tiradito de lírio com molho de cenoura fermentada e folha de shiso, um prato fresco que une "simplicidade e técnica asiática", conta Manuel Maria Gonçalves, subchef do Po Tat. Há mais mar nas guiozas de camarão, kimchi e molho ponzu; que se juntam ao novo tártaro de novilho com couve kale e gema de ovo curada.
Nos principais, entram em ação o tamboril na grelha, com molho malai tikka (base de iogurte, queijo creme, especiarias e lima), acompanhado de couve chinesa e arroz pilaf; o bacalhau negro com miso branco, arroz frito e picle de legumes; o pad thai de vegetais com noodles de arroz e tofu fumado; o bibimpap de barriga de porco com feijão soja e pasta de pimentos coreana; ou o aromático caril verde de camarão com noodles de trigo sarraceno e furikake.
Vale ainda a pena provar o único prato salgado que transitou da antiga carta para a atual, o best seller da casa - e percebe-se porquê -, os cogumelos ostra grelhados com molho de inhame e amendoim, com notas fumadas bem presentes, "um prato de domingo, de conforto, quase como um frango no churrasco", adianta o subchef do restaurante, aberto apenas para jantares.
Nos doces, os novos reforços são o bolo de limão e gengibre, com ganache de coco e chips de sésamo; e o pudim de chocolate e soja; que se juntam aos dois repetentes doces: a mousse de trigo sarraceno e amaranto, iogurte e caramelo de café, e o parfait de manga e curcuma com gelado de arroz negro e merengue de yuzu.
A garrafeira do Po Tat (que em cantonês significa "tarte de ovo portuguesa", uma variação do nosso pastel de nata) soma cerca de 70 rótulos vínicos, quase todos nacionais, mas também se aposta na mixologia de autor, em cocktails como o Portuguese Mule (vodka, Vinho do Porto branco, laranja torrada, folha de figueira, ginger beer) e o Potat.O (vodka, vermute, flor de sal, garum de cogumelos e batata).
Po Tat
Rua Bartolomeu Dias, 117, Lisboa
Tel.: 963637239
Web: palaciogovernador.com/restaurant-bar
Das 19h30 às 22h30, todos os dias.
Preço: entradas desde 12 euros; principais desde 17 euros; vinho a copo desde seis euros.