David Fonseca tem novo disco. "Seasons: rising" é lançado amanhã e constitui o primeiro volume de uma etapa que será concluída em setembro, altura em que chegará "Falling". O novo CD será apresentado a 3 de abril na sala TMN Ao Vivo, em Lisboa, a 4, no Teatrix, em Coimbra, e a 5, no Hard Club, no Porto.
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O que o levou a fazer um disco em duas partes?
Quando acabei "Between waves", já sabia que o que lhe viesse a suceder não poderia ser dentro do registo mais tradicional. Queria algo que representasse um maior desafio. E, então, pensei fazer um disco que retratasse um ano da minha vida.
O "Seasons: rising" tem componentes sonoras muito diferentes de outros trabalhos seus....
Tudo se passou de forma muito natural. Há componentes muito mais rock. O processo de composição levou-me a sítios a que normalmente não costumo ir. E isso foi bom para mim.
Também não há muitas baladas melancólicas.
Não quero ser sempre conotado como um artista melancólico ou nostálgico. Não me sinto, de todo, assim. O problema é que as canções que têm essa característica são, por norma, as mais apetecíveis para se fazerem singles e para passarem nas rádios. Mas os que vão aos meus concertos já sabem que sou uma pessoa que está ligada à eletricidade...
Por isso é que um dos temas de avanço do disco, "What life is for", é tão enérgico?
Sim. Não fazia sentido lançar uma canção das mais nostálgicas quando o disco não defende essa ideia.
Em estúdio, assumiu de novo tocar vários instrumentos. Porquê?
Não consigo passar dias inteiros atrás de uma mesa em estúdio, a olhar para as pessoas a fazerem as coisas. Se tenho oportunidade de ir para o outro lado e tocar, prefiro essa opção.
Também assume o controlo a nível da produção final das capas dos álbuns?
Sim. Supostamente, eu deveria ser fotógrafo e não músico. Cheguei a fazer umas incursões pela fotografia de moda, mas odiei aquilo. Não consigo ligar-me bem com o mundo da moda, a começar na própria forma como me visto. Compro roupa uma vez por ano e, geralmente, em duplicado.
Mas reconhece que tem cuidado com a imagem ?
Reconheço. Mas isso faz parte do projeto musical. Achei mais interessante se nós, neste projeto a solo, fizéssemos algo mais artístico, quer ao nível dos vídeos quer ao nível das capas dos álbuns.
E controla essa vertente?
Sim. De uma forma ditatorial e às vezes nada fácil.
Tem mau feitio, é isso?
Não. Sou a pessoa com mais bom feitio de toda a minha equipa. Mas gosto de levar a minha ideia avante, o que, por vezes, não é nada fácil.
O que o levou a fazer as fotografias num carrossel?
Foi a ideia do círculo. Queria que a imagem desse a noção de que vou fazer viagem com altos e baixos, mas muito colorida.
Tem dois filhos pequenos. Eles costumam trautear as suas canções?
Sim, embora a última coisa que quero depois de dias seguidos de concerto seja chegar a casa e ouvir de novo essa música. Mas é isso que acontece. Eles cantam a minha música. Não vou dizer-lhes para não o fazerem. v