A apresentadora de Santa Maria de Lamas veio para Lisboa com 18 anos, mas nunca perdeu o sotaque. Isabel Silva estreia-se este sábado ao lado de Teresa Guilherme.
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Os espectadores da TVI conhecem a Belinha, como é carinhosamente tratada, ou a Isabel Silva?
Acho que conhecem a Belinha, mas também a Isabel Silva. Na realidade, há muitas coisas que não conhecem de mim e quero que venham a conhecer.
Durante muitos anos fez dança. A carreira na área da comunicação veio interromper uma vida dedicada a essa arte?
É verdade que dancei durante muitos anos, mas quando vim para Lisboa tive de deixar. Foi uma opção. Era uma área que adorava, mas na realidade dançar também é uma forma de comunicação.
Nasceu em Santa Maria de Lamas e veio para Lisboa quando tinha 18 anos. Conhecendo as duas realidades, há ou não uma "guerra" entre Norte e Sul?
É verdade que as pessoas do Norte sentem aquela rivalidade com Lisboa e vice-versa. Eu, no meu caso, gosto de quem me trata bem.
Em Lisboa nunca se sentiu com os dedos apontados a si por ser uma mulher do Norte?
Nunca. Sinto até que há uma admiração pelas pessoas do Norte. E fico toda contente com isso, não é? Acho que gostam da nossa espontaneidade, de sermos muito divertidos, de não termos travão na língua, de sermos descomprometidos. Em Lisboa sempre senti muito carinho, assim como no Norte sempre me trataram muito bem. Claro que há boas e más pessoas em todo o lado.
Os seus amigos não lhe dizem que abandonou o Norte?
(risos) Eh, pá... às vezes, dizem "lá foste tu para a beira dos mouros". Mas é tudo na brincadeira. Eles vêm muitas vezes a Lisboa e adoram a cidade.
Tendo passado a infância e juventude perto do Porto e os últimos dez anos em Lisboa, qual é, afinal, a sua "casa"?
Neste momento, a minha casa é Lisboa. Estou nesta cidade há dez anos, estudei cá, estou a crescer cá profissionalmente, tenho cá a minha vida. Mas as minhas raízes estão lá em cima e o amor que tenho pelo Norte é incondicional. E sinto necessidade de regressar às minhas raízes pelo menos uma vez por mês.
Como foi a adaptação à capital?
Foi muito fácil. Todos me trataram bem. Eu também gosto muito de fazer amizades e de conhecer pessoas. Entrego-me com muita facilidade e isso ajudou a que a adaptação tivesse corrido muito bem.
A adaptação pode ter sido fácil, mas uma década depois ainda não perdeu o sotaque (risos)...
(Risos) Dizem-me isso imensas vezes, mas quando vou ao Norte também me dizem que tenho sotaque de Lisboa. Levo dos dois lados (risos). Quero é que me deixem estar no meu cantinho, a falar à minha maneira. Apesar de muitas pessoas acharem que não, já perdi sotaque e há muitas expressões tipicamente lisboetas que comecei a usar.
Como, por exemplo?
Já não digo sapatilhas (risos). Agora digo ténis. Apanhei algumas expressões, mas nunca me esforcei para ter muito sotaque nem para ter pouco. Olhe, tenho o sotaque que me sai. Falo assim, o que é que hei de fazer?
Alguma vez essa forma de falar foi impedimento para concretizar algo a nível profissional?
Muito pelo contrário. As pessoas gostam que eu tenha sotaque.
Outra das suas características, com a qual costuma brincar, é a altura. Vamos lá a saber: quanto é que mede?
Tenho 1,58 metros. Sou mesmo pequenina! Sou concentrada, como se costuma dizer. Mas não há desvantagem nenhuma disso. Estou sempre à altura do acontecimento (risos).
Portanto, não tem complexo em relação à sua altura.
Nenhum.
A sua autoestima está sempre em cima?
Completamente. Gosto de mim com as coisas boas e menos boas que tenho. Aceito-me muito bem, sendo pequenina ou não. Olhe, tem uma coisa boa: quando me quero sentir mais alta calço uns sapatos de salto alto e lá vou eu. Era pior se fosse homem, que aí não havia nada a fazer.
Sendo filha única, é uma mulher mimada?
É verdade que sempre tive uma boa vida, mas os meus pais sempre me consciencializaram que a vida é feita de sacrifícios. O meu pai sempre me disse: "A maior liberdade com a maior responsabilidade". É também por causa disto que os meus pais são os meus melhores amigos. Conto-lhes tudo e agradeço-lhes muitas vezes tudo o que sempre fizeram por mim.
Gosta de cuidar da sua imagem?
A minha avó ensinou-me que a mulher bonita é aquela que acorda de manhã de carinha lavada (risos). Sempre tive hábitos de vida saudáveis. Sempre fiz muito desporto, tive cuidados com a pele e fiz uma alimentação equilibrada. Obviamente que desde que dou a cara em TV tenho um pouco mais de atenção. Mas só me maquilho para fazer reportagens.
É um dos cuidados que tem?
É. Tal como gosto de limpar a pele de manhã e à noite, independentemente de me ter maquilhado ou não, e de não lavar o cabelo todos os dias porque faz mal ao couro cabeludo. Depois, faço imenso desporto, mas isso já tem a ver com um vício. Sou completamente viciada em deporto.
Que tipo de desporto faz?
Corridas, aulas de bicicleta, de trampolim. Gosto de desportos de alta intensidade. É como no trabalho: tenho de sair do ginásio depois de dar o meu melhor. Por isso é que tenho uma grande resistência. Ainda no outro dia corri 20 quilómetros em uma hora e 40 minutos. O desporto é uma paixão muito grande.
É uma forma de libertar energia negativa?
É. Parte da minha boa disposição e de estar tão bem com a vida deve-se ao exercício físico. Além disso, faço uma alimentação saudável. Posso dizer que o meu prato preferido é garoupa grelhada com grelos e ovos cozidos.
Pensava que seria uma francesinha (risos)?
Também como (risos). Uma francesinha é sempre uma francesinha. Mas garoupa é garoupa. Claro que também adoro massas, sushi e... sou muito lambareira. Só não podem ser doces enjoativos.
O seu namorado de há seis anos, Tiago, pediu-a em casamento há alguns meses. Sempre sonhou com esse dia?
Com o casamento nunca sonhei. Eu quero é ser feliz. Se isso implicar uma celebração, tudo bem. Caso contrário, tudo bem na mesma.
Mas já que ele a pediu em casamento, já marcaram a data?
Preferia não falar disso. Se algum dia eu tiver de comunicar alguma coisa, comunicarei. Sabe que o Tiago gosta de manter o anonimato.
Por último, ser mãe é um sonho?
Ser mãe, sim. Quero muito ser mãe. Adoro crianças. Posso mesmo dizer que ser mãe é um projeto de vida.