Na mítica chegada à Senhora da Graça, o sul-africano Byron Munton (Feirense-Beeceler) foi o corredor mais forte, mas permitiu à Anicolor-Tien 21 cumprir o objetivo: ficar com a camisola amarela. Artem Nych cruzou a meta em terceiro lugar, atrás de Jesus Peña, o "perigoso" adversário da AP Hotels-Tavira-Farense, que provou ser um sério candidato à vitória da Volta a Portugal. A quarta etapa ficou marcada por uma neutralização, devido ao incêndio que lavra na Serra do Alvão.
Corpo do artigo
A incursão histórica ao Monte Farinha, em Mondim de Basto, contou este ano com muito menos festa do que em edições anteriores, mas nem por isso deixou de ser inesquecível para Byron Munton. Numa jornada em que as emoções estiveram à flor da pele, o corredor da Feirense-Beeceler foi o primeiro a chegar ao alto da Senhora da Graça, mas só se apercebeu mais tarde, uma vez que os sucessivos ataques da subida convenceram o sul-africano de que ainda havia corredores à sua frente. Munton dedicou o triunfo à irmã, que "ainda está a lutar pela vida" após ter sido atropelada por um carro, em janeiro do ano passado.
A quarta tirada da 86.ª Volta a Portugal começou a delinear favoritos à vitória e a fazer diferenças na classificação geral individual. Pau Martí (Israel Premier Tech Academy) não conseguiu manter a camisola amarela, descolando no início da subida para a Senhora da Graça, e Artem Nych cumpriu o objetivo que já tinha na véspera: vestir a camisola amarela. Porém, o corredor russo da Anicolor-Tien 21 confirmou a expectativa que tinha no início da corrida: Jesus Peña (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), que cruzou a meta em segundo lugar, é um sério rival à revalidação do triunfo obtido em 2024.
A longa jornada ainda se fez mais longa, devido a uma neutralização de 20 quilómetros, decidida já a etapa decorria, por causa dos incêndios que lavram, há vários dias, na serra do Alvão. De acordo com o diretor da Volta a Portugal, que fez questão de frisar o "entrosamento" entre as diferentes autoridades e a organização, a decisão "em cima da hora" aconteceu devido à "imprevisibilidade" dos fogos.