José Teixeira da Mota, advogado de Vadym Hrinko, pediu a absolvição do fuzileiro pelo homicídio de Fábio Guerra. "No pior dos casos", admite uma condenação por ofensas à integridade física agravada, pela morte da vítima. Os dois crimes têm molduras penais bastante diferentes.
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"O Vadym aproximou-se pela lateral de Fábio Guerra e deu-lhe um soco na face, a vítima cai e desfere-lhe um pontapé no pescoço, não na cabeça como defende a acusação", disse José Teixeira da Mota. Com esta ação, prossegue o advogado, "Vadym não quis matar ninguém, nem tão pouco se fez prova que com os conhecimentos adquiridos nos fuzileiros soubesse tirar a vida com um murro e um pontapé no pescoço".
O advogado considera mesmo que a principal questão a ter em conta é a intenção de matar, que não existe, e criticou o MP por "acusar por homicídio qualificado na morte de Fábio Guerra e ofensas à integridade física a quem sofreu as mesmas agressões, mas levantou-se e foi ao hospital".
O advogado de Vadym Hrinko deu como exemplos outros casos de agressões violentas que resultaram em condenações por ofensas à integridade física, mas cuja violência é semelhante à que ocorreu na noite do crime.
"Vimos o caso dos dois seguranças de discoteca que atingem com pontapés um cliente e o caso do ucraniano agredido e torturado no aeroporto de Lisboa, os arguidos foram condenados por ofensas à integridade física, não por homicídio, como se quer neste julgamento. Dar um pontapé não é tentativa de homicídio", defendeu.