Advogados de "No Name" acusados de violação põem em causa reconhecimento na PSP
Melo Alves e Bruno Mota, advogados de elementos da claque do Benfica acusados, entre outros crimes, de violar com um pau outro adepto, promoveram em tribunal a acareação de um ofendidos, por roubo, com o agente da PSP a quem este identificou os arguidos na investigação. A diligência está a ser posta em causa.
Corpo do artigo
Em causa estavam declarações anteriores no inquérito em que esta testemunha afirmara que identificou os arguidos - adeptos violentos de clubes, neste caso o Benfica, conhecidos como "casuals" e ligados aos No Name Boys - através de ficheiros com nomes. O agente da investigação criminal da PSP declarara que não havia nomes, apenas fotos de dezenas de pessoas em três ou quatro pastas.
Rodrigo disse agora em tribunal que se equivocou nas primeiras declarações, corrigindo e concordando com o que dissera o polícia. "Só soube do nome dos arguidos depois de os identificar, não era uma pasta para cada arguido, mas umas três ou cinco com cerca de 70 fotos". O agente confirmou o que disse antes sobre o método de reconhecimento.
"Falou com o agente da PSP antes desta sessão de tribunal?", perguntou Carlos Melo Alves ao ofendido. "Sim", respondeu Rodrigo, levando o advogado a retorquir. "Não tenho mais nada a dizer", deixando no ar que poderiam ter acertado versões.
O julgamento da violação de um adepto por 13 "Casuals" afetos aos No Name Boys, do Benfica, está perto do fim. Os advogados preparem-se agora para as alegações finais, nas quais vão defender que reconhecimento dos arguidos pela PSP foi mal feito e que nenhum deles participou no crime.
Na última sessão de julgamento, o primo e um amigo de Pedro Costa, acusado da violação, disseram que estiveram com o arguido no dia do crime. "Fui ver o jogo de futsal entre o Benfica e Sporting com o meu primo, ficámos junto da claque e depois saimos e fomos jantar", contou Afonso. Disse ainda que, à saída do jogo, o arguido esteve a falar com outras pessoas, tendo perido o contacto com ele durante apenas dois minutos.
Nesta sessão também depuseram professoras do arguido que o caracterizaram como um bom rapaz com nota 20 e que chegou a ganhar almoços com professores por ser o melhor aluno.
São 13 ao todo os adeptos que fazem parte dos casuals, um subgrupo de apoio a clubes de futebol, do Benfica e que respondem, para além da violação, por crimes de roubo, ofensas à integridade física, gravações ilícitas, coação agravada, desobediência, detenção de arma proibida e tráfico de estupefacientes.
O caso de violação com um pau aconteceu em fevereiro de 2022, quando os arguidos, após um jogo de futsal, levaram um jovem adeplto do Benfica para trás de uma rulote de hambúrgueres, por ter amigos do Sporting e fotografado a bancada onde estavam as claques, partilhando nas redes sociais.