Um jovem, de 21 anos, começa esta terça-feira a ser julgado no Tribunal de Beja por um crime de homicídio qualificado na forma tentada. Esfaqueou um homem de 27 anos após uma discussão. É um dos elementos do grupo violento "Tchubas".
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O crime ocorreu na madrugada de 2 de julho do ano passado, cerca das 00.50 horas, nas traseiras do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja, “em plena via pública, num contexto de violência gratuita”, como revelou na altura a Polícia Judiciária (PJ), que viria a deter o indivíduo dois dias depois da agressão.
De acordo com o despacho de acusação, Nancanique Salumé, residente em Beja e integrante de um grupo violento, autodenominado como “Tchubas”, entrou em discussão com a vítima, um homem de 27 anos, a quem agrediu com o recurso a uma arma branca, desferindo-lhe um golpe no abdómen. Os ferimentos causados “obrigaram a uma intervenção cirúrgica de urgência, que se não fosse atempada, as lesões infligidas pelo arguido teriam causado a morte ao ofendido”, justificou a PJ.
Ouvido em primeiro interrogatório por um Juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Beja, o indivíduo foi colocado em prisão preventiva, que cumpre no Estabelecimento Prisional de Leiria. A defesa recorreu da decisão para o Tribunal da Relação de Évora (TRE), defendendo a alteração da medida de coação para prisão domiciliária com sujeição a vigilância eletrónica, mas os Desembargadores do TRE recusaram “face à extrema gravidade dos atos praticados”.
O julgamento do arguido vai realizar-se a partir das 09.30 horas desta terça-feira, no Tribunal de Beja, perante um forte contingente de segurança das Brigadas de Intervenção Rápida da PSP, face à presença de diversos elementos do grupo, indicados como testemunhas de defesa.
Condenado noutro processo
No dia 11 de novembro de 2023, quando já estava em prisão preventiva, Nancanique Salumé foi julgado e condenado a 18 meses de prisão pela prática de um crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade. Quando um ano antes foi abordado por agentes da PSP de Beja, o arguido tinha na sua posse 88,43 gramas de canábis, um canivete com o comprimento total de 21 centímetros e 9,5 cm de lâmina e um maço de notas no valor total de 1.320 euros.
Neste processo, que envolveu mais seis arguidos, muitos deles integrantes do gangue “Tchubas”, quatro foram condenados a prisão efetiva, pela prática de crimes de esfaqueamentos, agressões roubos, furtos e tráfico de droga.