O presidente do F.C. Porto aceitou prestar declarações sobre a acusação por crimes de segurança ilegal, no início do julgamento da "Operação Fénix" em Guimarães.
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Pinto da Costa explicou que nunca teve nem precisou de guarda-costas e sempre viu Eduardo Santos Silva, dono da SPDE, a articular as suas tarefas relacionadas com segurança com elementos da PSP.
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"Nunca me passou pela cabeça que a ação do senhor Eduardo não estivesse incluída no contrato. Nem podia admitir que houvesse alguma incompatibilidade. Cheguei a ver elementos a proteger membros do Governo, provavelmente para impedir assédio. Saiu nos jornais", explicou.
Em causa, segundo a acusação, está o facto de a SPDE não ter alvará para proteção pessoal de pessoas. A empresa só estava legalmente autorizada para proteger instalações.
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"Parece-me ridículo que eu precisasse de segurança nas instalações do F.C. Porto e muito menos no camarote presidencial", começou por declarar Pinto da Costa ao coletivo de juízes na primeira sessão do julgamento, está quarta-feira.
O dirigente portista explicou no início do seu interrogatório que não conhecia Eduardo Santos Silva antes de a SPDE ter sido contratada pela SAD e negou que tivesse guarda-costas, bem como qualquer intervenção na preparação dos contratos assinados pela administração.
Referiu, porém, o exemplo de ter sido acompanhado por elementos da SPDE quando ia à Afurada, a fim de não ser "asfixiado" pelas multidões, até a conselho médico. "Era para impedir avalanches", frisou. "Não era para proteger nem defender. Seria ofensivo para aquela gente", acrescentou.
Acusado de sete crimes de segurança ilegal, Pinto da Costa foi o primeiro arguido a prestar declarações.
O julgamento da Operação Fénix, que senta no banco dos réus 54 arguidos, começou esta quarta-feira no quartel dos Bombeiros Voluntários de Guimarães.