O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira, alvo de buscas no âmbito da operação Vórtex, negou esta tarde "categoricamente que tenha recebido o que quer que seja" e reiterou que está disponível para colaborar com a justiça.
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"Nego categoricamente que tenha recebido o que quer que seja e nego categoricamente que tenha tido qualquer comportamento menos ético", afirmou o deputado social-democrata e ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho entre 2009 e 2021.
Numa declaração aos jornalistas no Parlamento na qual não respondeu a perguntas, Pinto Moreira reiterou que está "totalmente disponível para colaborar com a justiça, no tempo e no modo que a justiça entender por conveniente".
O deputado insistiu que não foi constituído arguido "portanto, não conheço nenhuma imputação sobre mim".
Substituído por José Silvano
Pinto Moreira tinha anunciado o abandono da vice-presidência do grupo parlamentar e a presidência da comissão parlamentar de revisão constitucional, após, na semana passada, ter sido alvo de buscas domiciliárias no âmbito da operação Vórtex.
Esta tarde de terça-feira, o grupo parlamentar anunciou que ex-secretário-geral do PSD José Silvano vai substituir Pinto Moreira na presidência desta comissão.
Benefício de projetos imobiliários
A Polícia Judiciária e o Ministério Público suspeitam que o ex-presidente da Câmara de Espinho e o seu sucessor, Miguel Reis, terão beneficiado projetos imobiliários em Espinho no valor de dezenas de milhões de euros a troco de contrapartidas. No âmbito desta operação foram também constituídos arguidos três empresários e um funcionário municipal.
Após primeiro interrogatório, Miguel Reis, que entretanto renunciou ao mandato, e o empresário Francisco Pessegueiro ficaram em prisão preventiva. Por ser deputado, Pinto Moreira beneficia de imunidade parlamentar e ainda não foi constituído arguido. Todavia, já afirmou várias vezes estar disponível para o levantamento imediato da imunidade parlamentar, se tal for solicitado, o que deverá acontecer nos próximos dias.