Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia, mas a viver em Portugal desde os cinco anos, queixou-se à PSP de ter sido violentamente agredida e insultada, na madrugada do passado domingo, por um segurança da empresa 2045, a exercer funções de fiscalização para a STCP, que a impediu de entrar num autocarro da empresa.
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"Preta de merda. Vai apanhar o autocarro à tua terra", terão sido algumas das expressões proferidas pelo segurança.
Tudo começou, cerca das das 5.30 horas, na paragem do autocarro da linha 800, na Rua do Bolhão, quando a vítima e duas amigas regressavam a casa após os festejos de S. João.
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As amigas chegaram primeiro e terá havido um desentendimento entre as três e um homem que também aguardava o autocarro e não gostou que Nicol lhe tivesse passado à frente na fila. "Chegou-se demasiado a mim e deixou-me algo nervosa", confessou.
O fiscal ter-se-á apercebido e impediu a entrada de Nicol e uma das amigas, puxando-a para o exterior do autocarro.
"No autocarro ficou a outra minha amiga, talvez por ser branca, pois um outro segurança não a deixou sair. Já no exterior olhei para o segurança e disse-lhe: "O senhor está doido. Nem deveria estar ao serviço". E ele deu-me logo um murro", recordou Nicol Quinayas.
Murros na cara
Seguiram-se mais alguns murros na cara de Nicol, que caiu e foi imobilizada pelo segurança com um joelho na cabeça.
"Aí ele emudeceu, pois estava muita gente contra ele. Chamou a PSP e uma ambulância para ele, pois tinha uns arranhões. Quando os agentes chegaram não falaram com ninguém que tinha visto a cena. Eu fiquei ali, com um agente à minha beira, que ainda foi desagradável para mim", referiu.
Nicol foi transportada ao Hospital de Santo António, onde recebeu tratamento, tendo depois apresentado queixa na PSP.
A STCP já abriu um processo de averiguações e suspendeu o segurança das funções que desempenhava.
A 2045, por seu lado, confirmou o incidente, que "foi comunicado à PSP" e refere que também já iniciou "um processo de averiguações.