Ministro do Ambiente considera "absolutamente inaceitável" agressão a colombiana
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, considerou esta quinta-feira "uma situação absolutamente inaceitável em Portugal" as agressões de caráter racista a uma jovem de origem colombiana e disse já ter solicitado informações à STCP.
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"Aquilo que foi noticiado é uma situação absolutamente inaceitável", afirmou à agência Lusa o ministro, à margem de uma conferência sobre a temática da água, em Évora.
Questionado sobre o requerimento que os deputados do PS eleitos pelo Porto entregaram esta quinta-feira na Assembleia da República, em que lhe exigem explicações sobre estas agressões de caráter racista à jovem de origem colombiana, Matos Fernandes indicou que a empresa Serviços de Transporte Coletivo do Porto (STCP) "já não está sob" sua "tutela".
"A gestão da STCP foi entregue à Área Metropolitana" do Porto "e às autarquias que hoje exploram" a empresa, esclareceu o ministro do Ambiente.
Contudo, João Pedro Matos Fernandes reconheceu que, "ainda que longinquamente, há um contrato de serviço público" respeitante à empresa assinado pelos ministérios do Ambiente e das Finanças, pelo que solicitou esclarecimentos à STCP.
"Antes dessa notícia", sobre a entrega do requerimento no parlamento, "já tinha escrito duas cartas", indicou o ministro, explicando que uma é dirigida ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para que o seu colega do Governo o mantenha "informado daquilo que foi sendo feito".
A outra carta foi enviada "à STCP, não a determinar nada porque o poder de tutela não é meu", mas para "ter a certeza de que já foi aberto um inquérito e a pedir para que, com a maior brevidade possível, me fossem transmitidas as conclusões desse inquérito", acrescentou.
"Porque, insisto, a ser rigoroso o que vem nos jornais, é uma situação absolutamente inaceitável em Portugal", frisou, realçando que, na sexta-feira, vai estar no Porto e espera ter mais informações: "Quero acreditar que, pelo menos informalmente, já serei informado pela STCP do levantamento que fizeram e do inquérito que, certamente, estará a ser feito".
Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia, foi violentamente agredida e insultada, na madrugada de domingo, no Porto, por um segurança da empresa 2045 a exercer funções de fiscalização para a STCP.
O requerimento dos deputados do PS/Porto - encabeçado por Renato Sampaio e Isabel Santos - foi dirigido ao ministro João Pedro Matos Fernandes com a justificação de que este tem a tutela da STCP.
Também a constitucionalista e deputada socialista Isabel Moreira entregou outro requerimento, dirigido ao ministro da Administração Interna, para apurar qual foi a atuação dos agentes da PSP neste caso de agressões à jovem colombiana.