A Metro do Porto garantiu, esta quinta-feira, ter sempre agido dentro da legalidade e não ter alterado o traçado da "Linha Rubi" que reduziu a capacidade de construção do empreendimento gaiense "Alive Riverside", dos empresários Elad Dror e Paulo Malafaia, detidos no âmbito da Operação Babel por suspeitas de terem corrompido o vice presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo.
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Tal como o JN noticiou o vice-presidente da Câmara de Gaia é suspeito de ter recebido luvas para fazer pressão sobre o presidente do Conselho da Administração da Metro do Porto para obter um parecer favorável desta empresa, que estava, em 2021, a definir o traçado da Linha Rubi, entre Gaia e Porto.
A Metro do Porto tinha emitido um parecer negativo para a construção de prédios nos lotes que iriam ficar perto da nova linha e Patrocínio Azevedo terá prometido tratar pessoalmente do assunto. Dias antes, o vice-presidente teria recebido de Elad e Malafaia, através de um advogado que servia de intermediário entre o político e os empresários, 100 mil euros para garantir o desenvolvimento e licenciamento do projeto Riverside.
Ainda de acordo com a notícia do JN, a 11 de agosto de 2021, Patrocínio reuniu, na sede de campanha do PS de Gaia com Tiago Braga, o CEO da Metro do Porto. Mais tarde, em outubro, voltou a promover uma reunião, desta vez na sede da Metro, na cidade do Porto. Nessa altura, o traçado da Linha Rubi ainda não estava totalmente definido, mas a entidade não mudou de posição.
"A Metro do Porto, em maio de 2021, emitiu parecer negativo, uma vez que o loteamento previsto se encontrava localizado na Zona de Proteção Funcional da futura Linha Rubi (H), Casa da Música - Santo Ovídio, colidindo parcialmente com esta", adianta, em comunicado, a Metro do Porto que explica ainda "em março de 2022, a Gaiurb, Urbanismo e Habitação, EM no âmbito de um pedido de informação prévia de alteração de licença de loteamento do mesmo empreendimento, solicitou à Metro do Porto que se voltasse a pronunciar". E voltou a dar um parecer negativo em abril do mesmo ano, confirmando assim a notícia do JN.
"A Metro do Porto não emitiu quaisquer outros pareceres, não mudou de opinião, não transigiu, nem alterou o traçado naquela zona", finaliza a empresa.