O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social relembrou, esta sexta-feira, que o "Sol" é "reincidente" na divulgação de imagens de cadáveres, recordando um caso de 2008.
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Na ocasião, o "Sol" apresentou conjunto de fotografias referentes, na sua maioria, ao cadáver do militar timorense, Major Alfredo Reinado, tendo a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considerado então que tal divulgação foi "reprovável" e violava a "dignidade da pessoa humana, bem como o direito à imagem dos visados, cuja protecção não cessa com a sua morte".
A ERC decidiu abrir um processo de averiguações ao jornal "Sol" e à RTP1 pela divulgação da imagem do corpo de Rosalina Ribeiro, depois do semanário ter publicado a fotografia do corpo de Rosalina abandonado num ermo em Saquerna, Brasil, titulando "O Corpo do delito", e a RTP1, nota a ERC, ter difundido, "em alguns dos seus serviços noticiosos, imagens dessa mesma fotografia".
"Não conseguimos inventar qual o interesse jornalístico que não seja o de promover vendas à custa da imagem de um cadáver", considerou Azeredo Lopes em declarações à agência Lusa. O responsável sustentou que agora, depois de notificadas as entidades visadas, "Sol" e RTP1, será dado tempo para que estes "possam apresentar as suas razões" para a publicação da imagem.
Antes o director do "Sol", José António Saraiva, considerou que o processo de averiguações que a ERC vai colocar ao título é um "disparate total".
"A ERC tem-se caracterizado pelo disparate total em relação ao 'Sol'", disse José António Saraiva.
Confrontado com estas declarações, Azeredo Lopes declarou que "este é o tipo de comentário que nem justifica comentário".