A Entidade Reguladora para a Comunicação Social decidiu, esta sexta-feira, abrir um processo de averiguações ao jornal "Sol" e à RTP1 pela divulgação da imagem do corpo de Rosalina Ribeiro.
Corpo do artigo
O semanário "Sol" publica, na edição desta sexta-feira, a fotografia do corpo de Rosalina Ribeiro abandonado num ermo em Saquerna, Brasil, titulando "O Corpo do delito". A RTP1, nota a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), "difundiu, em alguns dos seus serviços noticiosos, imagens dessa mesma fotografia".
"Considerando que as notícias em apreço podem contender com direitos fundamentais e com o respeito pela dignidade da pessoa humana, o Conselho Regulador [da ERC] decidiu abrir um processo de averiguações tendo por objecto os referidos conteúdos e, para esse efeito, notificar, ainda hoje [sexta-feira], o jornal 'Sol' e a RTP1", anunciou a ERC.
José António Saraiva diz que processo é "disparate total"
O director do "Sol", José António Saraiva, considerou, esta sexta-feira, que o processo de averiguações que a ERC vai colocar ao título do artigo é um "disparate total".
"A ERC tem-se caracterizado pelo disparate total em relação ao 'Sol'", disse José António Saraiva à agência Lusa, depois do regulador dos media ter anunciado a abertura de um processo de averiguações.
Para José António Saraiva, a imagem de capa do jornal é um "documento fantástico" que "prova as circunstâncias da morte" de Rosalina Ribeiro e "a probabilidade muito forte" de esta ter "morrido naquele dia".
"Os jornais servem para informar e não esconder a realidade", disse ainda o director do "Sol" à Lusa, criticando a posição da ERC.
Nuno Santos aguarda de "consciência tranquila"
O director de informação da RTP, Nuno Santos, aguarda de "consciência tranquila" o processo de averiguações que ERC vai abrir ao canal público pela divulgação da imagem do corpo de Rosalina Ribeiro.
A direcção de informação da RTP "está certa" que a ERC, cujo Conselho Regulador é constituído por pessoas que "merecem apreço", se move "sem nenhum juízo pré-concebido", declarou à agência Lusa Nuno Santos.