<p>Com o arranque previsto para 20 de Fevereiro, pouco se sabe sobre o canal de notícias da TVI. Inovador, com comentadores exclusivos, mais reportagem e respeito pelas fronteiras do jornalismo são algumas das expectativas. </p>
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Há muito que se aguardava a criação de um canal de informação na estação de Queluz. Depois de ter sido anunciado para os últimos anos, o TVI 24 vai, finalmente, começar a emitir a 20 de Fevereiro. Além de ser dirigido pelo jornalista João Maia Abreu, não são muitos os dados revelados pela TVI sobre o projecto. José Eduardo Moniz, director-geral, disse recentemente que a nova emissão terá um espírito diferenciado do dos canais já existentes, sem se esgotar nos noticiários, e com "programas variados".
Questionados pelo JN, o jornalista Paulo Querido, a investigadora na área dos média Felisbela Lopes, e o também jornalista e comentador Carlos Magno deram algumas pistas sobre o que gostariam que fosse o novo canal.
Na opinião do primeiro, é provável que a TVI continue a desenvolver a reportagem nacional, área onde tem investido. Actualmente considera o jornalista, no cabo, apenas o "60 minutos", da SIC Notícias, pode ser considerado como um programa de reportagens, mas com a particularidade de não serem portuguesas. Nos generalistas, a criação do "30 minutos" pela RTP1 é "insuficiente".
Paulo Querido espera que a estação marque a diferença ao criar mais espaço para o jornalismo temático, como, por exemplo, o que aprofunda as matérias de ciência ou a tecnologia, área onde este último tem desenvolvido a sua actividade profissional.
No que diz respeito à criação de programas, o jornalista "teme" que acabe por ser uma réplica das emissões sobre o social e o "mundo cor-de-rosa", já existentes, até na própria TVI ("Deluxe"). "Tem olhos garantidos, mas será uma pena se assim for".
Esta posição não é partilhada por Felisbela Lopes. A docente da Universidade do Minho diz não ver problema em que se "operem sinergias com as revistas cor-de-rosa do grupo, desde que se "respeite a privacidade". Aliás, a integração na grelha de rubricas como o "Proteste já" (do programa "Caia Quem Caia"), é uma questão que encara "de forma mais cautelar", bem como situações que coloquem em risco as "fronteiras do jornalismo".
A investigadora considera positivo que o canal vá "além do registo noticioso", que invista na reportagem e discuta a actualidade, tornando mais democrática a opinião dos espectadores.
Para Carlos Magno, a opinião, mas a de comentadores convidados, pode ser um dos atractivos do TVI 24, desde que sejam exclusivos da estação. "Estou farto de ver as mesmas pessoas a circular de umas televisões para as outras, repartindo o seu pensamento com os diversos projectos editoriais".