"Pode dizer-se a uma sanguessuga que deixe de gostar de sangue? Claro que não". A pergunta serviu a Jerónimo de Sousa para criticar a especulação dos mercados. Ao PS, PSD e CDS acusou de terem assinado "de cruz e de joelhos" o programa da "troika", tendo servido de "cartório notarial".
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Num comício em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, o secretário-geral do PCP perguntou igualmente como é possível dizer-se "que os mercados vão acalmar". "Então os especuladores vão deixar de o ser?" questionou, insistindo no apelo que lançara à tarde, para que se renegoceie a dívida "enquanto é tempo".
Jerónimo de Sousa criticou esta "roubalheira a que Portugal está sujeito" e avisou que "vai chegar um ponto em que Portugal não vai poder pagar".
Disse ainda que os partidos da "troika" andam em "arrufos de namorados" mas na prática têm "um programa comum". "Eles querem-se juntar, camaradas. Não sabem se vai ser a um, se vai ser a dois ou se vai ser a três" criticou, acrescentando que "de qualquer maneira, é para salvar a politica de Direita".
O líder comunista salientou ainda que "Portugal não é um país pobre, tem potencialidades imensas" e "é por isso que a CDU não se limita a andar aí em trocas e troikas".
E deixou um alerta aos portugueses: "quem votar no PS poderá estar certo" de que estará a votar "para que PSD e CDS venham para o poder". Os votos na CDU poderão "travar esse ímpeto socialista", frisou.
E apelando ao reforço do voto na CDU, lembrou que há dois anos tiveram mais 1500 votos em Aveiro, tendo-se aproximado "deste venho sonho, esta velha aspiração de eleger um deputado" no distrito.