O líder do BE escolheu Évora para encerrar um dia de campanha a falar das contas do país e do recente empréstimo "que não entra na economia portuguesa".
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Francisco Louçã disse aos apoiantes do BE que o ouviram no centro histórico da cidade de Évora que o que se tem estado a discutir é o poder imenso dos mercados financeiros.
Lembrou que quando Sócrates foi à televisão anunciar que ía pedir uma intervenção " já vários banqueiros tinham exigido que o fizesse. E fizeram-no diariamente ao longo de uma semana".
O líder bloquista diz que os mercados financeiros atacaram Portugal. Que o fizeram depois de atacarem a Grécia, da Irlanda e estão hoje a atacar Itália, Espanha e Bélgica. Ou seja, as maiores economias do mundo e as agências de rating estão a seguir o mesmo caminho. Face a isto, diz que "é importante que se aprenda com o que já se está a passar na Grécia".
Para Louçã, nesta situação de crise da Europa e de crise da Economia não podemos baixar os braços "e aceitar que o único caminho seja a recessão e a bancarrota".
O líder do BE defende que, apesar de tudo isto, se num dia se cruzaram críticas entre PS e o PSD , no dia seguinte ficam a comentar as críticas da véspera. E, em tom irónico, lembrou que até Mário Soares veio à campanha para apoiar a hipótese de uma coligação entre o PS e o CDS de Paulo Portas.
Louçã passou a escalpelizar o que foi negociado com a troika e disse que em matéria de corte da TSU um líder dos patrões foi ao ponto de sugerir um corte de 20% ficando as empresas a 'suportar' cerca de 3,5 %.
Neste cenário voltou a chamar a atenção para o que se passa na Grécia onde hoje se começa a dizer que talvez "se queira correr aquele país do euro".
Um cenário que iria prejudicar gravemente a Grécia, levar a uma desvalorização da moeda e deixar cada vez o país a dever mais pois tem a dívida em euros. Deixou por isso o aviso final: "Olhem para a Grécia, pois em Portugal só pode acontecer o mesmo desastre".