O cabeça de lista do PS pelo distrito do Porto, Francisco Assis, criticou o "excesso de radicalismo" do PSD na campanha eleitoral, em consequência de uma "aparente insegurança" dos dirigentes do partido.
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"Uma aparente insegurança tem levado a excessos de radicalismo e sectarismo que em nada concorrem para que a campanha decorra no tom adequado e para que possa ser geradora do esclarecimento que os portugueses desejam", afirmou Francisco Assis, em conferência de imprensa, na sede do PS/Porto.
Francisco Assis refutou as acusações dos social-democratas de que os socialistas estariam a "instigar o medo na sociedade portuguesa", garantindo que o partido apenas está a confrontar o PSD com o seu programa eleitoral.
"Não podemos aceitar os ataques que nos são dirigidos. O líder do PSD dizia há pouco que a campanha do PS era a mais desonesta com que se tinha confrontado ao longo da sua vida política e acusa-nos de procurar instigar o medo na sociedade portuguesa. É completamente falso", frisou.
Francisco Assis referiu que o PS apenas tem "confrontado o líder do PSD e o seu partido com a natureza das propostas que constam no seu próprio programa".
"Se há hoje razões para ter algum medo em relação à aplicação de algumas propostas na sociedade portuguesa, essas razões radicam no programa do PSD e não na circunstância de salientarmos os aspectos mais negativos desse programa", disse.
Para o ex-líder parlamentar socialista, há uma "degradação da linguagem que tem vindo a ser utilizada na campanha eleitoral do PSD", nomeadamente com alguns dirigentes social-democratas a "comparar o engenheiro Sócrates ao Saddam Hussein e ao Drácula", referindo-se a Morais Sarmento e José Luís Arnaut, respectivamente.
"Estamos numas eleições muito disputadas, como todas as sondagens parecem demonstrar. Tudo está em aberto. E isso deve levar-nos a um esforço adicional de clarificação das nossas propostas, sempre tendo como base o respeito pelos nossos adversários", defendeu.
"Há muitos portugueses que, estando embora descontentes por esta ou aquela razão, com a acção dos governos presididos pelo engenheiro Sócrates e do PS, percebem que neste momento é importante estarem ao lado do PS", afirmou.