<p>Sem vacilarem, os dois mais velhos dos cinco principais candidatos às legislativas de dia 27, foram claros nas suas opções de princípio. Taco a taco, cada um disse o que os eleitores dos respectivos partidos queriam ouvir. </p>
Corpo do artigo
Jerónimo de Sousa não deixou que Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças, pusesse o "conta-quilómetros a zeros" e chamou à atenção que PSD não se pode excluir de responsabilidades na "anemia económica a que o país chegou".
A líder social-democrata aproveitou a deixa para virar o discurso para o ataque ao PS. Lembrou, por isso, que "nos últimos 14 anos, o PSD só esteve dois anos e meio no poder e teve que herdar o pântano".
Ainda sem esquecer o passado, o líder comunista tentou ainda explorar contradições do discurso do PSD, no Poder e na Oposição, recuperando uma expressão de Manual Ferreira Leite ao considerar, no passado, o TGV " uma prioridade nacional". A resposta foi pronta, com a candidata social-democrata a ter necessidade de dizer que só é contra o comboio porque "não há dinheiro para o pagar".
A luta de classes, "algo um bocado ultrapassado no contexto actual", na opinião de Ferreira Leite e a "grande questão contemporânea" para Jerónimo, esteve presente em toda a primeira parte. Falou-se de opções para a economia e de combate ao desemprego e o líder comunista não poupou a dirigente da Direita, acusando-a de estar refém dos grandes grupos económicos e prisioneira de princípios ideológicos neoliberais. "Por opção", reforçou. O assunto era a proposta do PCP de aumentar a carga fiscal sobre os grandes lucros e Manuela Ferreira Leite manifestou-se absolutamente contra com o argumento de que sem empresas lucrativas não há emprego.
O Código de Trabalho, que para Jerónimo, é um instrumento para que sejam sempre os trabalhadores a sofrerem com a crise, deve continuar intocável para Ferreira Leite.
Já a fechar o tempo televisivo, depois das questões da Justiça terem sido abordadas pela rama, Constança Cunha Sá lançou o tema da "asfixia democrática".
Jerónimo limitou-se a reconhecer que há "sinais preocupantes de intolerância" e acabou por dar uma ajuda a Ferreira Leite, dizendo que esteve na Madeira e que foi bem recebido pelo povo.
Manuela aproveitou para reafirmar que, "como disse o senhor deputado (dirigindo a Jerónimo) não há nenhum sintoma de falta de liberdade na Madeira" e que o PSD prestou um grande serviço à democracia quando trouxe a asfixia para o debate político.