<p>Apesar da enorme expectativa criada, afinal, o país não parou para ver o debate televisivo entre Sócrates e Ferreira Leite. Foi visto por 1,33 milhões de pessoas (14,1%) o que o colocou em terceiro lugar com mais espectadores, no conjunto dos dez. </p>
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À frente nas audiências televisivas estiveram os debates que opuseram José Sócrates a Paulo Portas e a Francisco Louçã. Ambos tiveram mais de 1,4 milhões de espectadores, segundo a Marktest.
Já na estrada, no primeiro dia de campanha oficial, o líder do CDS-PP não perdeu a oportunidade para comentar e retirar trunfos políticos dos números das audiências e para dizer que os portugueses "reconhecem que o CDS foi a oposição mais eficiente ao PS". E ainda considera Paulo Portas que, os números provam "o cansaço e o desalento em relação ao sistema político e em particular aos partidos do centrão".
Em termos comparativos com as eleições de 2005, o debate que opôs José Sócrates a Santana Lopes, atingiu uma cifra muito superior à deste ano, com 3,8 milhões de telespectadores.
De qualquer forma, o frente-a-frente entre os dois candidatos mais bem colocados para viram a ser chefe de Governo foi o programa televisivo mais visto de sábado. Além disso, há ainda a juntar ao número de espectadores da SIC, as audiências da SIC-Notícias (cerca de 76 mil telespectadores).
A forma como decorreu o debate acabou por estar presente no discurso político de ontem.
O socialista Miranda Calha, numa acção de campanha em Portalegre, não se conteve nas críticas aos comentadores que "dizem ter havido um empate". Claro, que na opinião do dirigente do PS, "quem ganhou foi José Sócrates, que demonstrou conhecer os dossiês, os problemas do país e ter uma visão para Portugal".
Mais comedido, sem comentar comentadores, o líder socialista limitou-se a dizer, genericamente, os debates foram "positivos" e "cruciais" para tornar "as escolhas dos eleitores mais conscientes".
Também Jerónimo de Sousa falou dos comentadores, apelidando de "benevolentes" os que disseram ter sido um empate. Mais do que um empate, na opinião do líder comunista, o debate "foi um nulo, porque os dois, no essencial, defendem a mesma política para o país, para a economia, para o social".
Na área da social-democrata, a líder não voltou a falar do que aconteceu na noite de sábado, mas não foi poupada a uma "farpa" de Luís Filipe Menezes, que considerou o frente-a-frente "muito pouco profundo".
*COM GINA PEREIRA E LUSA