O secretário-geral do PS respondeu, hoje, num almoço em Buarcos, Figueira da Foz, às acusações de “asfixia democrática” ontem retomadas pela líder do PSD, Manuela Ferreira Leite.
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“O único medo que vejo nas ruas é o medo de muitos portugueses do regresso ao passado e da governação da direita”, disse José Sócrates, apontando o “equívoco” de Manuela Ferreira Leite: “Este partido é o partido da liberdade.
Aqui não se exclui ninguém das listas de candidatos a deputados”, disse, reforçando depois: “Aqui não temos como ideal de democracia o Governo da Região Autónoma da Madeira”.
O líder do PS insistiu que “o PS é o partido da abertura, da tolerância e do civismo”. “Aqui ninguém ouve nenhum discurso que possa pôr em causa a dignidade das comunidades imigrantes no nosso país”, disse, recordando as declarações de Ferreira Leite sobre o impacto das obras públicas na mão de obra cabo-verdiana e ucraniana. “Isso ofende a história do nosso país”, disse, lembrando que, no passado, os emigrantes portugueses tiveram de ouvir o mesmo discurso da Extrema Direita nos países para onde emigraram.
No mesmo almoço, Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, dirigiu-se a Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, que hoje acompanha a líder em Coimbra, para dizer que “o PS não aceita nenhuma lição sobre os valores da liberdade, tolerância e democracia”.
Paulo Campos acusou o PSD de estar a promover uma “campanha de fait-divers que tem como único objectivo distrair as pessoas”. “Estamos a começar a ficar habituados a que, todos os dias, haja uma diatribe para distrair as pessoas”, disse, lamentando que o PSD não apresente propostas para o país.
A caravana socialista dirige-se neste momento para Coimbra onde, às 19 horas, terá lugar um comício no pavilhão da Académica com a presença do histórico socialista, Manuel Alegre.